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Pesquisadores brasileiros participam de Simpósio sobre a Varíola Símia (Monkeypox)
A RedeVírus do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovações (MCTI) e a Sociedade Brasileira de Virologia (SBV) realizaram na quinta-feira (30), o simpósio virtual sobre o surto de Monkeypox, a Varíola Símia. Os pesquisadores brasileiros, incluindo integrantes da CâmaraPox MCTI, que foi constituída no mês de maio para acompanhar os desdobramentos científicos da doença, abordaram conteúdos essenciais sobre a doença, como o vírus, a doença, seus hospedeiros e os riscos de endemização, aspectos genômicos e evolutivos dos vírus circulantes, opções disponíveis de tratamentos medicamentosos, vacinas atualmente disponíveis contra Orthopoxvirus e estrutura de biossegurança para isolamento do vírus Monkeypox no Brasil.
O MCTI está atento ao avanço da Varíola Símia (Monkeypox) e está buscando soluções junto aos pesquisadores da CâmaraPox MCTI, por meio da RedeVírus em conjunto com o Ministério da Saúde e outros ministérios para que se tenha disponível projeções de ações com base na ciência brasileira.
A RedeVírus MCTI se destaca também por ser uma rede de viroses emergente e reemergentes. Com a descoberta do novo vírus, a RedeVírus constituiu em caráter consultivo no dia 19 de maio, a câmara técnica temporária, que ficou conhecida como CâmaraPox MCTI, que reúne 8 especialistas da UFMG, UFRJ e da FEEVALE. Já a RedeVírus MCTI reúne representantes de governo, agências de fomento do MCTI, centros de pesquisas e universidades e funcionam como um comitê de assessoramento estratégico. A consolidação da RedeVírus permitiu que se fossem tomadas ações rápidas pela rede de especialistas da CâmaraPox.
Como medidas de ações estratégicas foram produzidos três informes, sendo que os dois primeiros destacam os aspectos gerais do vírus como a doença, diagnósticos e manejo, já o terceiro informe elencou as principais lacunas de conhecimento destacadas pelos cientistas.
Outra ação importante que está sendo realizada pela CâmaraPox MCTI é o isolamento do vírus em Laboratórios de nível 3 de biossegurança (NB3). Depois da inativação do vírus será feita a distribuição para os laboratórios da RedeVírus e a realização de testes de neutralização que serão úteis para avaliação dos possíveis fármacos antivirais e candidatos vacinais.
Os pesquisadores estão trabalhando para que a RedeVírus MCTI auxilie o país no enfrentamento da Varíola Símia (Monkeypox) em consonância com o Ministério da Saúde, para o desenvolvimento de uma política nacional de enfrentamento ao vírus, com o fortalecimento na produção de vacinas capaz de atender em um curto espaço de tempo, urgências de saúde pública.
Conforme dados da sala de situação monkeypox do Ministério da Saúde, publicados no dia 29, já são 21 casos confirmados no Brasil da Varíola Símia, sendo 5 no Rio de Janeiro, 14 em São Paulo e 2 no Rio Grande do Sul. No mundo, o total de casos confirmados chegou a 4.607, espalhados por 49 países. Atualmente o pais que tem o maior número de infectados pelo vírus é o Reino Unido, que já soma 1076 casos.
Sobre a doença
A Monkeypox é uma doença causada pelo vírus Monkeypox do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. O nome deriva da espécie em que a doença foi inicialmente descrita em 1958. Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado ou com material corporal humano contendo o vírus. Apesar do nome, é importante destacar que os primatas não humanos não são reservatórios do vírus da varíola.
Embora o reservatório seja desconhecido, os principais candidatos são pequenos roedores (p. ex., esquilos) nas florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central. O Monkeypox é comumente encontrado nessas regiões e pessoas com a doença são ocasionalmente identificadas fora delas, normalmente relacionadas a viagens para áreas onde a Monkeypox é endêmica.
A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. A erupção geralmente se desenvolve pelo rosto e depois se espalha para outras partes do corpo, incluindo os órgãos genitais. Os casos recentemente detectados apresentaram uma preponderância de lesões na área genital. A erupção cutânea passa por diferentes estágios e pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta, que depois cai. Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas. A diferença na aparência com a varicela ou com a sífilis é a evolução uniforme das lesões.
Veja o vídeo completo do Simpósio Varíola Símia (Monkeypox) em:
https://www.youtube.com/watch?v=-bXW9CQbm5A