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Nos EUA, MCTI apresenta estratégias de pesquisa e desenvolvimento adotadas para vacinas contra Covid-19
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) apresentou durante o VII Summit Brasil, nesta segunda-feira (13) em San Diego, na Califórnia (EUA), os investimentos executados e planejados para 2022 na área de biotecnologia e de vacinas. O secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, expôs as estratégias de pesquisa, desenvolvimento e inovação adotadas pelo ministério para o enfrentamento da Covid-19 e enfatizou as ações realizadas na área de vacinas.
“Estamos neste encontro com empresários, trazendo a perspectiva da ciência brasileira. Falamos sobre as ações de pesquisa durante à pandemia, na área de biotecnologia, na produção de novas moléculas e sobre o investimento no Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites, o SALAS, que fazem prospecção de biodiversidade”, afirmou.
O painel, "A pesquisa clínica e as possibilidades de investimentos e desenvolvimento de ciência no País: por que investir em pesquisa para inovar?' também contou com a participação do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres; da professora da Universidade de Oxford Sue Ann Costa Clemens; e do professor da Universidade da Califórnia Alysson Muotri. O painel foi moderado por um dos diretores da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (ABIQUIFI).
O VII Summit Brasil foi organizado pela Apex Brasil e pela ABIQUIFI na Universidade da Califórnia, antes de iniciar a Bio International Convention. Esta é a principal conferência realizada no mundo na área de biotecnologia, com debates envolvendo pesquisa de ponta e aplicada, como descoberta de novos medicamentos, genômica, nanotecnologia, entre outros assuntos da área farmacêutica. De acordo com os organizadores, a expectativa é que o evento reúna mais de 10 mil visitantes, 3 mil empresas e 250 companhias de biotecnologia. O evento permite que empresas compartilhem informações relevantes sobre desafios e tendências na área de biotecnologia e possam personalizar as discussões com possíveis parceiros, investidores e clientes.
Vacinas – O secretário detalhou os investimentos previstos para o ano de 2022 pelo MCTI em ações de pesquisa e desenvolvimento na área de saúde. O montante de R$ 466,5 milhões engloba Chamadas Públicas para a Fase III dos Ensaios Clínicos para vacinas contra Covid-19, pesquisa sobre Covid Longa e fase II para diagnósticos moleculares de Sars-Cov-2. O valor abrangerá editais para pesquisa e desenvolvimento sobre doenças raras e negligenciadas, resistência antimicrobiana e doenças crônicas não comunicáveis.
O valor é três vezes maior do que o investido em 2021, quando o MCTI aportou R$ 154,6 milhões. Esse valor permitiu investir na fase II das subredes da RedeVírus MCTI: Rede Corona-Ômica, uma rede nacional de laboratórios aptos a realizar sequência genômica de Sars-Cov-2; da rede de testes de diagnóstico de Covid-19; e Rede MCTI Humanidades, que analisa os impactos sociais na população.
Morales detalhou também o esforço da pasta no desenvolvimento de vacinas para doenças com alta incidência no Brasil, como é o caso da malária e da dengue, e as estratégias adotadas pelo MCTI em termos de vacina contra a Covid-19. O MCTI apoiou financeiramente em 2020, 10 projetos nacionais de desenvolvimento pré-clínico de vacinas contra a Covid-19 que contemplaram 15 diferentes estratégias para vacinas divididas em três grandes áreas: ácido nucleico, quimeras, e subunidades (proteínas recombinantes, nanopartículas e VLP).
Cinco projetos, cujo Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) tenha sido desenvolvido por pesquisadores brasileiros, em Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) nacionais; e/ou parceria internacional com transferência de tecnologia para ICTs nacionais, avançaram para os ensaios clínicos de fases I e II, e contaram com financiamento público.
Em janeiro deste ano, após obter aprovação da Anvisa, iniciaram-se os estudos clínicos da vacina SENAI/CIMATEC/HDT/MCTI, que é formulada em nanopartícula carreadora de RNA Replicon (repRNA) autorreplicante.
Morales também destacou que a pasta assegurou recursos no valor de R$ 310 milhões, na modalidade subvenção econômica, para a realização de ensaios clínicos de Fase III para a finalização do desenvolvimento de vacina nacional. Nessa fase, é mandatório parceria com Institutos de Ciência e Tecnologia brasileiros. “Informamos sobre a possibilidade de os empresários investirem nas vacinas desenvolvidas no Brasil que encontram-se na fase III”, afirmou o secretário.
Ações de pesquisa e desenvolvimento em biotecnologia – Morales enfatizou ainda as ações do ministério para a Iniciativa Brasil – Biotec, que busca integrar e estruturar ações de pesquisa, desenvolvimento e inovação na área de biotecnologia.
Por meio de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento, Científico e Tecnológico (FNDCT), R$ 96 milhões em chamadas públicas previstas para 2022. O valor de R$ 50 milhões será destinado a empresas que obtiverem aprovação para projetos com foco em biotecnologia e atividades de inovação nas áreas de saúde, agricultura, meio ambiente e indústria. Outros R$ 31milhões atenderão a instituições científicas para projetos nas mesmas áreas. Há ainda R$ 15 milhões que serão destinados a projetos de novas tecnologias e ferramentas na área de bioinformática.