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MCTI apoia Programa Escola Azul, que dissemina a cultura oceânica no País
Mesmo a quase 400 quilômetros de distância do mar, alunos de uma escola de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, estão aprendendo como suas vidas estão ligadas a esse importante ecossistema. “Da educação infantil ao ensino médio, inserimos o olhar sobre o oceano em diversas disciplinas. Eles perceberam, por exemplo, que o plástico que consomem tem grandes chances de acabar no mar”, conta a professora de ciências Thais Pileggi. O Colégio Marista participa do programa Escola Azul Brasil desde 2021, quando foi lançado.
A iniciativa procura inserir a cultura oceânica em escolas públicas e privadas de todo o país e conta com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O programa coordenado pelo projeto Maré de Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é reconhecido pela Unesco, agência das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, e está alinhado com os objetivos da Década da Ciência Oceânica. No Brasil, o MCTI é ponto focal dessa iniciativa proposta pela ONU que se estende até 2030.
Na escola de Ribeirão Preto, a disciplina de história aproveitou a conexão do oceano com a época das Grandes Navegações, da Primeira e da Segunda Guerra Mundial para discutir o uso dos mares. Na educação infantil, a turma está aprendendo sobre pesca artesanal. “Eles aprendem sobre o impacto das redes de pesca para o oceano. São alunos de quatro anos pensando sobre isso. Temos alunos do quinto ano discutindo sobre aquecimento global e microplástico. Hoje temos a escola toda pipocando com iniciativas sobre cultura oceânica”, exemplifiva Pileggi sobre a diversificação de abordagens para cada nível escolar.
De acordo com a professora, todos assuntos contam com o protagonismo dos alunos. “A gente provoca e eles respondem com senso crítico, com um olhar preocupado com o meio ambiente. Mesmo estando longe, as crianças entendem que precisamos cuidar do mar. E elas levam o conhecimento para a casa, conversam com os pais. Então isso é multiplicado”, observa ela.
O programa - Criado oficialmente no Brasil em 2021, o programa conta com sete mil alunos engajados e 250 professores de 26 escolas do litoral e do interior, com projetos e iniciativas diversas. “O conteúdo é inserido para além da sala de aula. A ideia é que ele seja transversal, e não só um conjunto de aulas dadas, e una matemática, ciências e história, por exemplo. Cada escola faz um projeto de acordo com a sua realidade”, explica o biólogo e professor da Unifesp, Ronaldo Christofoletti.
O coordenador do Brasil na rede All-Atlantic Blue Schools Network (AANCHOR), da qual o Escola Azul faz parte, relata que a cultura oceânica consegue integrar diferentes técnicas de ensino-aprendizagem, culturas, religiosidade e demais elementos que permeiam que esse universo. “Temos escolas do litoral que passaram a dar aulas na praia e escolas que não estão em cidades costeiras mas que criaram clubes de cultura oceânica, nos mesmos moldes de um clube de ciência”, explica o biólogo.
Como participar - Qualquer escola interessada em participar pode preencher este formulário, apresentando uma ideia simples de um projeto para um ou dois anos. “A escola pensa em como inserir a cultura oceânica na realidade dela e nós oferecemos uma mentoria on-line de tempos em tempos. Há sempre boas trocas e também contribuímos com materiais digitais para que a escola encontre seu caminho”, explica Christofoletti,
O coordenar afirma que o programa tem crescido rápido nos últimos meses, mas ainda há uma concentração de escolas no eixo sul-sudeste do país. “Queremos expandir e contar com a participação de mais escolas de todas as regiões do Brasil”, diz o biólogo que também é membro do Comitê de Assessoramento da Década do Oceano no Brasil.
Acesse esse link e conheça mais detalhes sobre o programa Escola Azul.
Acesse a página do Programa Ciência no Mar e conheça outras iniciativas, programas e projetos coordenados pelo MCTI. Acompanhe a participação do MCTI e do Brasil na Conferência das Nações Unidas para o Oceano (UNOC), de 27 de junho a 01 de julho, em Liboa, Portugal.