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Durante inauguração de Laboratório NB3 do INPA/MCTI, ministro anuncia R$ 80 milhões para projetos na região Norte
Fotos: Neila Rocha (ASCOM/MCTI)
Foi inaugurado nesta sexta-feira (3) o Laboratório de Biossegurança Nível 3 (NB3) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), vinculada do MCTI em Manaus (AM). O projeto financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) - empresa pública do MCTI - auxiliará cientistas em pesquisas com micro-organismos altamente contagiosos para o enfrentamento de viroses emergentes como a Covid-19 e demais patógenos, que exigem nível de biossegurança 3. A infraestrutura faz parte do Laboratório Temático Biotério Central do INPA/MCTI.
A infraestrutura no valor de R$ 2.8 milhões foi construída com investimento da FINEP/MCTI, por meio de chamada pública lançada em julho de 2020. A ideia é que o laboratório seja usado em experimentos com uso de células infectadas até cobaias.
Na cerimônia de inauguração, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, aproveitou para anunciar que, na próxima semana, será feita a assinatura de Chamada Pública de recursos não reembolsáveis no valor de R$ 80 milhões para o projeto coordenado pelo ministério, SALAS MCTI.
Alvim ressaltou também o compromisso da pasta no combate à pandemia e o legado que está sendo construído para a ciência brasileira.
“Antes do início da pandemia, o MCTI reuniu uma equipe de especialistas para nos orientar em políticas públicas para enfrentar a Covid-19. O reforço da infraestrutura dos laboratórios brasileiros para o nível NB3 foi uma das estratégias traçadas pela RedeVírus MCTI não só para nos ajudar a lidar com o coronavírus, mas também para reforçar a capacidade de pesquisa das nossas instituições”, explicou.
A diretora do INPA/MCTI, Antônia Franco, destacou o potencial científico da nova infraestrutura. “O INPA avança, criando oportunidades e atento estrategicamente a preservação e a conservação de sua biodiversidade, aos aspectos climáticos, a qualidade de vida e as necessidades da sociedade. A criação de um laboratório de nível de biossegurança 3 na região Amazônica favorece a realização da experimentação com agentes de risco biológico da classe 3, que são micro-organismos de risco elevado, passíveis de causar doenças sérias ou potencialmente fatais. É o INPA colaborando com estudos que irão em muito contribuir para a saúde humana e animal”, declarou.
Para o diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FINEP/MCTI), Marcelo Bortolini, a integração é fundamental para alcançar os objetivos em favor da ciência. “Quando a gente fala no sistema de ciência, tecnologia e inovação no Brasil, falamos de diversos atores que têm de trabalhar integrados com foco em resultados. Este laboratório do INPA é um exemplo de sucesso dessa parceria entre o governo, agências de fomento e Institutos de Ciência e Tecnologia. Todos trabalhando de forma integrada e construindo um resultado positivo para o país”, disse.
Após o evento, o ministro Paulo Alvim, a diretora do INPA/MCTI, Antônia Franco, e a comitiva do MCTI realizaram uma visita ao Bosque e à Casa da Ciência Local, no Campus l do INPA. Logo depois foram ao Laboratório de Fisiologia Aplicada na Aquicultura-LAFAP, no Campus III. A última visita foi ao Campus II de Coleções Biológicas do INPA/MCTI.
Nova estrutura
A coordenadora do laboratório NB3 do INPA/MCTI, Cecília Nunez, explicou que o investimento da FINEP/MCTI está sendo usado tanto na construção do laboratório NB3 quanto na aquisição de equipamentos. A estrutura foi construída como um módulo do Biotério Central, que já tinha o nível de biossegurança 2, de forma a aumentar o nível de segurança contra contaminações.
“Entre as pesquisas que serão realizadas estão os ensaios de substâncias isoladas de plantas e fungos amazônicos sobre os vírus, bactérias ou fungos patogênicos, ampliando as possibilidades de obter novas substâncias ativas e novos medicamentos obtidos a partir da biodiversidade amazônica. Também poderão ser feitos experimentos sobre mecanismos de ação de doenças em animais infectados, avaliação de medicamentos e realização de estudos de toxicidade”, explicou.
Segunda a pesquisadora o laboratório estará à disposição de grupos de pesquisa do INPA/MCTI e instituições parcerias da região, como a Fiocruz no Amazonas, Embrapa universidades, assim como instituições de outros estados.
Edital
A chamada pública foi uma ação conjunta da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica do MCTI com a FINEP/MCTI e recebeu um investimento total de R$ 34 milhões. Ao todo, foram aprovados 18 projetos de 14 instituições nas cinco regiões do país. Os laboratórios NB3 possuem infraestrutura apropriada de biossegurança recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para lidar com vírus infecciosos, como a Covid-19, e outros micro-organismos. Os locais serão destinados à pesquisa e inovação no desenvolvimento de vacinas, tratamentos e estudos do vírus SARS-CoV2 e outras viroses emergentes e reemergentes.
SALAS MCTI
Instituído por meio da Portaria nº 4.046, de 13 de novembro de 2020, o projeto Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites (SALAS MCTI) é coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Com recursos do Governo Federal de R$ 80 milhões serão construídos, ao todo, 50 laboratórios satélites no território amazônico. O objetivo é instalar infraestruturas de apoio a pesquisadores para ampliar as oportunidades e dar melhores condições à pesquisa científica e à formação de recursos humanos na Amazônia Legal. Os locais poderão ser usados por cientistas de diferentes nacionalidade e áreas do conhecimento servindo como ponto de apoio para esses pesquisadores e equipamentos. A ideia é mobilizar as unidades de pesquisas do MCTI na Amazônia Legal e articular parcerias nacionais e internacionais em diversos estudos com foco no desenvolvimento sustentável, social e também na geração de conhecimento e de renda na Amazônia Legal.