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Infraestrutura da RedeVírus MCTI prestará suporte às demandas de pesquisa sobre ‘varíola dos macacos’
A rede de laboratórios para diagnóstico e para sequenciamento genético que integra a RedeVírus MCTI, criada em 2020 para o enfrentamento da pandemia de Covid-19, prestará suporte às demandas de pesquisa sobre o vírus monkeypox, mais conhecido como ‘varíola dos macacos’, que é um vírus classificado como Orthopox. A medida foi tomada durante reunião dos especialistas na terça-feira (24) promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O Ministério da Saúde participou com representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde e da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos.
“Estamos colocando todo nosso aparato de pesquisa à disposição do Ministério da Saúde para que possamos estar mais preparados no enfrentamento dessa doença caso chegue ao Brasil”, afirmou o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI e também presidente da RedeVírus MCTI, Marcelo Morales.
A RedeVírus MCTI reúne os principais brasileiros especialistas em virologia e está organizada em subredes que contemplam testes diagnósticos, sequenciamento genético, vacinas, monitoramento epidemiológico de animais. São esses especialistas que foram acionados na semana passada (18), quando o MCTI formou a CâmaraPox, um núcleo técnico de caráter consultivo, com o objetivo de assessorar a pasta em torno do tema, tendo como foco pesquisa científica. O grupo formado por virologistas da RedeVírus que trabalham na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Feevale, recebeu a adesão nesta semana da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Agora, são oito especialistas.
Tal qual a RedeVírus MCTI norteou as ações do ministério no início da pandemia, os especialistas da CâmaraPox MCTI vão elaborar um documento denominado ‘diretrizes de pesquisa’ que permitirá estabelecer prioridades sobre lacunas do conhecimento e necessidades nacionais para o enfrentamento do vírus Orthopox. Quando concluído, o documento será disponibilizado como informe no endereço eletrônico da CâmaraPox MCTI. O grupo vai elaborar diretrizes que possam delinear uma estratégia nacional de pesquisa científica, desenvolvimento e inovação.
Na reunião, que contou com a participação do secretário substituto de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Gerson Pereira, ficou definido que as pastas vão cooperar na área de pesquisa, de modo a estabelecer uma agenda conjunta. A colaboração já ocorreu anteriormente com lançamento de Chamadas Públicas conjuntas sobre o novo coronavírus.
O MCTI foi convidado pelo representante da Saúde a integrar a Sala de Situação. A Sala ativada nesta semana pela Saúde é responsável pelo rastreamento de casos suspeitos no país, estabelecimento de diagnóstico clínico e pela condução nacional de resposta e coordenação em ações de saúde pública. O secretário Morales será o representante do MCTI na sala e levará as contribuições da RedeVírus MCTI.
Apresentações – A pesquisadora do laboratório de vírus da UFMG, Erna Geessien Kroon, apresentou um panorama sobre a doença, enfatizando aspectos que devem ter a atenção dos pesquisadores. A pesquisadora da UFMG, Giliane de Souza Trindade mostrou um panorama sobre protocolos para diagnóstico molecular para identificar o vírus, em especial para diferenciar de casos de varicela. O pesquisador da Universidade Feevale, Fernando Spilki apresentou a genômica de monkeypox vírus, enfatizando as principais características e as variações encontradas. O pesquisador apresentou o histórico e a ligação entre os estudos desse vírus e vacinologia, erradicação da varíola em 1980. Brasil participou do programa da OMS a partir da década de 1950.
Acesse neste link os informes já produzidos pela CâmaraPox MCTI.