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Curso no Rio de Janeiro prepara profissionais da saúde para atuarem no atendimento a vítimas de agentes químicos de guerra
Foto: Wesley Sousa
Os alunos do curso sobre aspectos médicos de assistência e proteção contra armas químicas participaram na terça-feira (24) do segundo dia da capacitação focada no atendimento médico a vítimas de armas químicas e substâncias industriais tóxicas. O evento é realizado em cooperação entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), o Ministério da Defesa, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o Hospital da Força Aérea do Galeão (HFAG), no Rio de Janeiro (RJ).
Durante as palestras são passadas informações sobre como os profissionais devem atuar no combate a vários de tipos de substâncias tóxicas. O curso proporciona o conhecimento de princípios básicos para identificação e classificação dos agentes químicos de guerra, além de gerenciamento de eventos de massa, cuidados pré-hospitalares, transporte das vítimas. No final são aplicados os exercícios práticos de tratamento de pacientes contaminados com agentes químicos de guerra.
Em relação ao curso aplicado no HFAG, o coordenador-geral de Bens Sensíveis do MCTI, Sérgio Antônio Frazão Araújo, destaca a relevância dos assuntos apresentados aos especialistas. “Os temas constantes do programa de hoje dizem respeito a conceitos básicos e revisão teórica sobre as diferentes classes de agentes químicos tóxicos, além de preparação de hospital para atenção a vítimas de armas químicas e descontaminação de vítimas, da equipe de resposta e de materiais. Ministrar tais temas é importante na preparação dos participantes para a parte prática que será realizada nos próximos dias”, explicou.
Como forma de preparar os alunos para a parte prática, o tenente-coronel médico Jayme, da Força Aérea Brasileira, apresentou explicações sobre os agentes neurotóxicos e como os profissionais devem se preparar para atuar no combate a esse tipo de substâncias. “Identificar os agentes e proteger a equipe que vai atuar em cima desses agentes, principalmente a equipe de saúde, que é responsável não só por atender os pacientes, como manter também a integridade de todo o sistema, desde a recepção desse paciente, é de fundamental importância”, disse.
O coronel médico Heitor Castro Junior palestrou sobre agentes vesicantes, substâncias químicas que ao entrarem em contato com a pele e as mucosas provocam irritações e bolhas cutâneas, e podem chegar ao ponto de causar a destruição dos tecidos. “Os agentes vesicantes não são agentes que a gente ouve falar toda hora, então essa palestra foi muito importante para que se aconteça uma suspeita de contaminação em algum local, ou pessoas contaminadas por esse agente, será importante que as equipes hospitalares estejam prontas para saber o que fazer e façam rapidamente com antídotos ou tratamentos clínicos que serão necessários”, afirmou.
Na ordem de apresentações do dia foram passadas informações sobre agentes neurotóxicos, agentes vesicantes, agentes sufocantes, agentes hematotóxicos, agentes de controle de distúrbio, agentes incapacitantes, novos agentes de guerra química, preparação de hospital para atenção a vítimas de armas químicas e descontaminação de vítimas, membros da equipe de resposta e materiais em um ambiente hospitalar. Temas que são de interesse para áreas da saúde das Forças Armadas e Forças Auxiliares.
A etapa final do curso será com aulas práticas onde os profissionais deverão ser capazes de aplicarem na prática o que aprenderam ao longo da semana. Os instrutores irão preparar simulações de situações reais para que os alunos apliquem o conhecimento adquirido no curso.