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Boletim da rede Corona-Ômica BR-MCTI indica predomínio da linhagem BA.2 da Ômicron no RS
Um novo boletim publicado nesta sexta-feira (27) pela rede Corona-Ômica BR-MCTI, que reúne laboratórios de universidades para o monitoramento de variantes do coronavírus no Brasil, indica que a sublinhagem BA.2 da variante Ômicron da Covid-19 se tornou a predominante em circulação no Rio Grande do Sul. O estudo também encontrou pela primeira vez no estado a variante XQ, formada a partir da combinação das linhagens BA1.1 e BA.2.
O estudo contou com 40 amostras de SARS-Cov-2, coletadas entre o final de janeiro e maio deste ano, em pacientes de diferentes municípios gaúchos. O levantamento aponta que a variante Ômicron tem sido majoritária desde janeiro, com mudanças em relação às subvariantes. Desde maio, a BA.2 passou a predominar, o que indica maior capacidade de transmissão.
De acordo com o coordenador da Rede Corona-Ômica BR-MCTI, Fernando Spilki, da Universidade Feevale, o movimento acompanha a tendência mundial em um momento de flexibilização das medidas de prevenção, como o uso de máscaras pela população.
“A sublinhagem BA, durante um bom tempo, se manifestou como a principal no mundo. No Brasil, esse movimento já vinha acontecendo nas últimas semanas. Em outros países, essa variante se beneficiou muito dos processos de flexibilização e acabou sendo uma variante associada, em países como Dinamarca, Reino Unido, a aumentos nos números de casos, o que fecha com a realidade brasileira”, afirma.
Sobre a variante XQ, que representou quase 10% dos casos encontrados, o especialista comenta que novas análises vão revelar o comportamento dessa linhagem ao longo do tempo. “Em relação à variante XQ é curioso ver um número de casos importante. Isso tem sido relatado por outras instâncias de vigilância genômica no RS e detectado em São Paulo também. É curioso ver um recombinante, que às vezes é só um achado pontual, ganhar alguma importância. Isso pode ser até o início de uma nova linhagem que se estabelece por recombinação. Não é algo inédito, mas pode acontecer não só no RS, mas no país”.
O boletim também destaca que a expansão da variante BA.2 e da recombinante XQ no estado ocorrem de forma concomitante a um aumento no número de casos no estado e reforçam a necessidade de cautela. Os dados do boletim estão sendo disponibilizados em bases de dados públicos nacionais e internacionais. Confira a íntegra do boletim no link .
A Rede Corona-Ômica BR-MCTI é composta de pesquisadores de diferentes instituições de pesquisa do Brasil que promovem o sequenciamento genético de amostras do vírus para determinar as variantes em circulação da Covid-19. A rede é um dos braços de atuação da RedeVírus MCTI, comitê composto por especialistas, criado em março de 2020, que determina as estratégias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) no combate ao vírus.