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MCTI apresenta projeções de risco climático associado à incidência de malária no Brasil
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) apresentou na quinta-feira (24) o setor saúde da plataforma, AdaptaBrasil MCTI, que consiste em um Sistema de Informações e Análises sobre Impactos das Mudanças Climáticas no Brasil. Estão disponíveis para consulta online e download, gratuita e para todos os 5.570 municípios brasileiros as análises de risco atual e esperado, tendo em vista cenários de mudanças climáticas, relacionadas à malária.
A apresentação foi feita pelos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI) e da Fiocruz durante o simpósio ‘Saúde e Sustentabilidade Ambiental - Contribuições da Ciência Brasileira’, realizado pelo MCTI em conjunto com a Academia Nacional de Medicina (ANM).
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. Doenças transmitidas por vetores representam grande parcela da carga de doenças transmissíveis no Brasil.
“O risco do impacto é caracterizado para todo o Brasil, município a município, considerando o nível do risco de incidência da malária para cada situação climática”, explicou o pesquisador do INPE/MCTI, Jean Ometto. “A plataforma orienta, a partir da caracterização, quais as medidas de adaptação podem ser implementadas”, complementou.
A pesquisadora da Fiocruz, Tatiana Moraes, explicou como foi o processo de definição dos indicadores para a construção do setor saúde na plataforma. O risco de impacto da plataforma sobre o setor saúde considerou as dimensões de exposição, vulnerabilidade (composta por sensibilidade e capacidade adaptativa) e ameaça climática, e possui uma hierarquia de indicadores temáticos. Nesse item são considerados, por exemplo, o índice parasitário anual de malária, que define o perfil epidemiológico da doença, especificidades sobre as causas, aspectos demográficos e socioeconômicos. Os indicadores socioecológicos consideram também a organização e qualidade do sistema de saúde em escala municipal para responder às demandas sanitárias e promover ações de vigilância, controle e monitoramento dos vetores da doença. Esses indicadores estão associados a três variáveis climáticas: temperatura, precipitação e umidade relativa.
A complexa estrutura metodológica e robusta de dados aparece para o usuário de maneira bastante acessível e intuitiva. É possível consultar a situação atual e projeções de incidência da doença para 2030 e 2050, considerando cenários com trajetória de mais esforços de redução de emissões de gases de efeito estufa (otimista) e com menos esforços (pessimista).
Outras doenças vetoriais também serão incorporadas à plataforma futuramente, como leishmaniose visceral e cutânea, dengue, febre amarela, zika, chikungunya. O desenvolvimento do setor envolveu o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI), Fiocruz e RNP.
Confira abaixo a íntegra do Simpósio.