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Ministro e embaixador discutem entrada formal do Brasil na CERN
Foto: Wesley Sousa - ASCOM/MCTI
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, e o representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas e demais Organismos Internacionais em Genebra, embaixador Tovar da Silva Nunes, discutiram nesta terça-feira (8) detalhes dos acordos que vão formalizar a entrada do Brasil na Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN), prevista para ocorrer em março. A CERN é um dos maiores e mais avançados centros de pesquisa do mundo, que opera o mais potente acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC).
A pauta do encontro virtual tratou das vantagens para os setores científico, tecnológico e empresarial com a acessão do Brasil à organização. Segundo o ministro Marcos Pontes, a entrada do país na CERN é uma expectativa de décadas da comunidade científica brasileira. “Essa parceria é extremamente produtiva para o país em todos os sentidos. Na área científica, na troca de conhecimento entre pesquisadores e também do ponto de vista comercial e desenvolvimento de novas tecnologias”, disse.
Para o embaixador Tovar da Silva Nunes, a participação do Brasil como membro da CERN representa um grande investimento no futuro do país por abrir possibilidades de desenvolvimento em várias áreas. “Além da questão tipicamente de ciência e tecnologia, há uma importância para o Brasil em termos políticos poder entrar para esse centro de pesquisa tão importante e aclamado. Vamos cooperar, vamos mostrar e levar nossa voz à CERN.”
Entre os benefícios da participação do Brasil na organização estão oportunidades para a indústria nacional, a cooperação com o Sirius, o acelerador de partículas brasileiro, que faz parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social supervisionada pelo MCTI, transferência de conhecimento e popularização e difusão da ciência.
Acordos
Com a aprovação pelo Conselho do CERN à adesão do Brasil, ocorrida em setembro de 2021, o país deverá assinar, até 25 de março de 2022, dois acordos que formalizarão sua entrada na organização, e que serão posteriormente encaminhados ao Congresso Nacional, para ratificação: “Acordo entre a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) e a República Federativa do Brasil com relação à concessão do status de membro associado da CERN” e o “Protocolo sobre privilégios e imunidades da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear”.
Durante o encontro, o ministro Marcos Pontes destacou a expectativa de participar da cerimônia de assinatura dos acordos no próximo mês de março, em Genebra, na Suíça. Já o embaixador Tovar da Silva Nunes reforçou que está empenhado na finalização do processo de acessão formal junto ao Itamaraty e ao conselho da CERN. “ Estamos à disposição para que esse acordo dê certo agora em março. Os membros da CERN já me indicaram o quanto estão contentes com a adesão do Brasil”, afirmou.
Saúde
A reunião também tratou da elaboração do memorando de entendimento entre o MCTI e a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre cooperação em ciência, tecnologia e inovação em saúde. O objetivo da colaboração é a superação da pandemia de covid-19, combate a doenças tropicais e pesquisa na área de resistência antimicrobiana, além de outras prioridades. “O Brasil pode ser parceiro na produção de vacinas baratas e na transferência de tecnologias para países da América do Sul e da África”, reforçou o ministro Marcos Pontes.
A reunião virtual contou com a participação dos secretários do MCTI de Empreendedorismo e Inovação, Paulo Alvim; de Pesquisa e Formação Científica, Marcelo Morales; de Estruturas Financeiras e de Projetos, Marcelo Meirelles; e do chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do ministério, Bernardo Milano. Eles apresentaram ao embaixador as expectativas da comunidade científica e do setor empresarial do Brasil, além das possibilidades de parcerias, com a acessão do país à CERN.
CERN
A Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN) é um dos maiores e mais avançados centros de pesquisa do mundo. Voltado para a pesquisa em física de altas energias, a instituição opera o mais potente acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC). O CERN conta com 23 países membros e, desde 2010, estendeu a possibilidade de países não europeus se tornarem membros associados. Mais de cem cientistas brasileiros usaram as instalações do CERN em 2019.