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RedeVírus MCTI: ômicron levou 6 semanas para se tornar prevalente no Brasil
Um boletim de vigilância epidemiológica divulgado pela rede Corona-ômica BR-MCTI, na segunda-feira (17), indica que a variante Ômicron do SARS-CoV-2 demorou 6 semanas desde a sua detecção inicial para alcançar até 100% dos testes positivos de coronavírus no país. O estudo analisou mais de 208 mil amostras em todo o Brasil entre 1º de novembro de 2021 e 6 de janeiro de 2022.
A rede Corona-ômica.BR–MCTI reúne diferentes laboratórios e universidades para o monitoramento genético do coronavírus no Brasil e é uma das subredes da RedeVírus MCTI, comitê de especialistas e institutos de pesquisa que auxilia o ministério na criação de estratégias para o combate à pandemia.
De acordo com o boletim, a variante Delta demorou cerca de 20 semanas desde a sua detecção inicial para chegar a 100% dos casos positivos. Já a variante Ômicron, que foi inicialmente reportada em 23 de novembro, em pacientes retornando da África do Sul, logo em dezembro já compunha mais da metade dos casos postivos de Covid. A variante também foi a responsável pelo aumento substancial de infecções no início do ano.
O virologista Renato Santana, do Laboratório de Biologia Integrativa da Universidade Federal de Minas Gerais, explica que o relatório confirma a maior transmissibilidade da Ômicron.
“A Ômicron começou a aparecer no final do ano em estados com aeroportos com fluxo grande de pessoas voltando de voos internacionais. O que chama a atenção é que ela começa a aparecer nas últimas semanas de 2021, mas na primeira semana de janeiro, onde termina nossa análise, ela chega a 100% de casos positivos em 13 estados. Quando a gente avalia a taxa de positividade de Covid, em novembro havia 5,3% de testes positivos, em dezembro 6,9%, e janeiro já chega a 31% de casos positivos. Ao longo do crescimento da Ômicron, houve um salto absurdo de testes positivos”, afirma.
O programa de Vigilância de SARS-CoV-2 tem participação do setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do Instituto Hermes Pardini em colaboração com o Laboratório de Biologia Integrativa (LBI) da UFMG, RedeVírus MCTI e a rede Corona-Ômica BR-MCTI. Desde o início da pandemia esse programa de vigilância genômica de SARS-CoV-2 tem contribuído para os estudos de dispersão das variantes Alfa, Gama, Delta e agora Ômicron no território nacional.
Confira aqui a íntegra do boletim de vigilância epidemiológica.
Confira aqui todos os participantes da rede Corona-ômica.