Notícias
MCTI destina R$ 20 milhões para área de pesquisa do Museu Nacional - UFRJ
Foto: Neila Rocha (ASCOM/SEAPC/MCTI)
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, esteve neste sábado (15) no Museu Nacional em revitalização no Rio de Janeiro (RJ). Representantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição que coordena o museu, e pesquisadores acompanharam o ministro durante a visitação. A estrutura está sendo reformada após o incêndio em 2018 que destruiu principalmente a cobertura do edifício histórico e danificou boa parte do acervo do museu. O ministro fez a visita acompanhado do diretor do Museu Nacional, Alexander kellner, e da reitora da UFRJ, Denise Pires.
“Eu vi uma mistura de lembranças e esperanças. A princípio quando você entre ali dá uma certa tristeza, um prédio desse porte com todo esplendor que tinha ali foi destruído, mas aí quando você entra ali, naquela sala onde foi iniciada o incêndio e vê toda a preparação e todo planejamento para que o museu seja como ele deveria ser, aí você tem esperança e pensa, legal então vamos trabalhar para isso acontecer”, destacou o ministro após visitar o prédio do Palácio Principal. “Uma coisa que também marcou foi o barulho das máquinas, isso quer dizer que algo está sendo feito, a obra não está parada”, reforçou Marcos Pontes.
Ainda na ocasião, o ministro Marcos Pontes anunciou o aporte de R$ 20 milhões para a construção de novas instalações do museu. O montante será viabilizado pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), vinculada ao MCTI, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). “Aqui, em um futuro próximo, teremos vários pesquisadores andando por aqui, estudantes, e resolve o problema que o museu tinha antigamente de ficar os laboratórios dentro do museu, agora lá é uma área e exposição aqui vai ser uma área de pesquisa”, disse o ministro Marcos Pontes ao visitar as futuras instalações dos laboratórios.
Em uma outra área, próxima ao prédio principal, será construído um edifício onde serão instalados os Laboratórios de Manuseio de Coleções em Meio Líquido. Este tipo de material é conservado em meio alcoólico, altamente inflamável. A ideia é que este material não fique na mesma estrutura que o prédio histórico do museu. Este prédio também marca a separação entre a área histórica e a área de pesquisa da instituição. Antes do incêndio, o Museu Nacional figurou como um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas.
Meteorito
Ao final da visita do ministro, pesquisadores da UFRJ apresentaram uma surpresa. Um meteorito que caiu na cidade de Santa Filomena (PE) em 19 de agosto de 2020 foi recuperado está sendo analisado pelos cientistas. Este meteorito, de aproximadamente dois quilos, foi apresentado para o ministro. A pesquisadora Maria Elizabeth Zucolotto, do Museu Nacional, é responsável pelos estudos do meteorito e deu detalhes da importância do objeto. “Este meteorito é de do tipo condrito, que são corpos rochosos primitivos e que não foram modificados devido à fusão ou diferenciação do corpo de origem desde a sua formação. Ele pode ser considerado um verdadeiro fóssil do sistema solar. Além disso, por ter atingido o telhado da praça da Igreja Matriz da cidade ele é considerado um ‘hammer’, que são meteoritos que atingem algum objeto na terra”.
O meteorito de Santa Filomena será o primeiro objeto incorporado na coleção do Museu Nacional após o incêndio. Vale lembrar que está exposto na entrada do museu o meteorito do Bendegó, considerado um sobrevivente da tragédia. O Bendengó é um meteorito encontrado em 1784 no sertão do estado da Bahia. Com mais de 5 mil quilos, é o maior siderito (meteoritos cuja composição, na sua grande maioria, consiste em ligas de níquel e ferro) já achado em solo brasileiro.