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MCTI: webinário debate variante ômicron e outras ações de combate à Covid-19
Sempre atento às questões relacionadas ao enfrentamento da pandemia da Covid-19, o MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações realizou nesta terça-feira (14) em parceria com a Academia Nacional de Medicina (ANM) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) o webinário “Web Hall: Estratégias para o Enfrentamento de Variantes de SARS-Cov-2”. No final de novembro a variante ômicron foi identificada na África do Sul. O secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, convocou no dia 26 de novembro uma reunião com os pesquisadores da RedeVírus MCTI, solicitou mais informações e orientou que a nova cepa fosse monitorada. Depois Morales telefonou para o presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM), Rubens Belfort Jr. e sugeriu que fosse realizado um webinário com diversos pesquisadores e instituições da academia e do governo para debater o que precisava ser feito. Pouco mais de duas semanas depois, a ANM, a ABC e o MCTI colocaram em prática a sugestão do secretário da SEPEF.
Durante a abertura do evento, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, fez questão de reconhecer o trabalho realizado pelos pesquisadores. “Tenho muito orgulho do que tem sido feito pelos nossos cientistas da RedeVírus MCTI. As pesquisas deles auxiliam e salvam vidas. Na maioria das vezes assuntos relacionados a ciências, tecnologia e inovações infelizmente não entram nos noticiários e a sociedade não fica sabendo do tanto de coisas que têm sido feitas pelos nossos cientistas brasileiros da RedeVírus MCTI nesse enfrentamento”, afirmou.
O ministro recordou também que a RedeVírus MCTI foi formada um mês antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretar a pandemia de Covid-19. “Desde então essa rede nos dá as diretrizes e estratégias que devemos seguir e isso me deixa muito tranquilo porque sei que estamos sendo guiados por pesquisadores que conhecem profundamente o tema, que dedicaram uma vida inteira se especializando em virologia. Os riscos de erro são mínimos, praticamente zero. Tudo que foi orientado pela RedeVírus MCTI nós seguimos e lá na frente percebemos que estávamos na direção correta”, reconheceu.
Pontes relembrou também algumas dificuldades enfrentadas pelo país no começo da pandemia como a falta de ventiladores pulmonares. “Eu dizia que o Brasil iria fabricar esses equipamentos e muitos diziam que não era preciso, que o país poderia comprar. Meses depois o Brasil não tem mais nenhum problema com ventiladores pulmonares e nem de peças para todos esses equipamentos que estão sendo feitos no país”, relembrou o ministro que destacou que esse foi um trabalho da RedeVírus MCTI em conjunto outros ministérios: Saúde, Economia, Defesa, organizações do setor privado e universidades. “Esse trabalho conjunto tornou o país autossuficiente na produção desses equipamentos. Por isso hoje eu gostaria de parabenizar a RedeVírus MCTI, parabenizar cada um dos cientistas”, declarou.
Segundo o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, eventos como esse servem para uma reflexão do que foi feito e do que ainda precisa ser feito em relação à Covid-19 e outras questões relacionadas ao desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. “Foi fantástica a reação da comunidade científica à pandemia. Deram uma resposta rápida, eficaz. A comunidade científica do nosso país mostrou a que veio. Um resultado dos investimentos de décadas do CNPq/MCTI, FINEP/MCTI, Capes, das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) dentre outras”, elogiou Davidovich que também fez uma ponderação.
“O país precisa investir mais em ciências, tecnologia e inovações. O FNDCT precisa ser liberado logo, visto que seu contingenciamento prejudicou muitas pesquisas em 2021”.
Para o presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM), Rubens Belfort Jr., é preciso união dos atores que defendem a ciência no país. “Nós temos que ter uma voz única. Das academias, da comunidade científica e precisamos batalhar por aquilo que acreditamos se transforme em realidade”, avaliou.
Segundo ele, apesar de tudo que pandemia causou e tem causado, ainda assim existem pontos positivos. “A grande capacidade de articulação do MCTI com a formação e manutenção continuada da RedeVírus, a parceria do ministro em reconhecer e batalhar por recursos para a continuidade das pesquisas”, citou Rubens Jr., que também destacou o que precisa ser melhorado.
“Precisamos de recursos para pesquisa. Não apenas para insumos e aparelhos, mas também para recursos humanos adequados. Precisamos dar condições para os cientistas poderem se manter e as novas gerações perceberem que podem escolher a carreira científica que enfrentarão menos dificuldades do que enfrentamos hoje. Sem dúvida a luta é grande. Sabemos que amplos setores da sociedade e inclusive grande parte dos políticos brasileiros não comungam com essas ideias. Por isso é importante a gente defender quem nos representa e está ao nosso lado”, afirmou.
O presidente da ANM finalizou destacando o que precisa ser feito para retomar a economia e diminuir o desemprego. “Temos que ter nossa vacina, toda a população precisa ser vacinada. É preciso que sejam tomadas medidas corajosas necessárias para combater o desemprego e melhorar a economia por meio da saúde”.
Ações do MCTI para enfrentamento da Covid-19
Membro das Academias Nacional de Medicina (ANM) de Ciências (ABC) e de Farmácia (ABF) o secretário da SEPEF/MCTI, Marcelo Morales, destacou alguns números da RedeVírus MCTI. Até o momento o governo federal investiu, por meio do MCTI, R$ 1,05 bilhão, sendo R$ 453 milhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação; e outros R$600 milhões em linha de crédito via FINEP/MCTI. “Temos mais de 45 trabalhos publicados sobre os impactos econômicos e sociais da pandemia. Gostaria de agradecer ao ministro por ter delegado todas as ações de enfrentamento aos cientistas. Foram eles que colocaram de pé a RedeVírus MCTI e nos guiaram desde o início”, declarou.
Morales destacou também que 521 mil testes diagnósticos de Covid-19 foram realizados com o apoio do MCTI. “Investimos também em 15 estratégias de vacinas nacionais de segunda e terceira geração. Essas pesquisas foram se desenvolvendo e chegamos a cinco que estão mais avançadas. Uma delas recebeu recentemente provação da Anvisa para o início os ensaios clínicos”, adiantou Morales revelando que o início dos testes clínicos está previsto para a primeira quinzena de janeiro. O imunizante em questão é a vacina RNA MCTI – CIMATEC – HDT produzida pelo CIMATEC na Bahia. “A vacina brasileira será importante para garantia de soberania nacional, autonomia tecnológica, autossuficiência, criação de empregos e notas ficais no país”, destacou.
Sobre a variante ômicron, Morales explicou que, após a reunião com os cientistas da RedeVírus MCTI realizada no final de novembro, medidas foram tomadas. “Todos os alertas sobre a variante ômicron foram feitas. Na reunião acionamos pesquisadores para monitorarem a variante, relatamos a importância da ampliação da vacinação, do distanciamento social, as medidas não farmacológicas, a vigilância de fronteiras. Tudo isso foi colocado como alerta dos pesquisadores da rede ao governo federal”, finalizou.
Ômicron
A nova cepa do coronavírus, Ômicron, foi detectada pela primeira vez na África do Sul, em 26 de novembro, e apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como “variante de preocupação”. Essa nova linhagem possui mais de 30 mutações na proteína Spike, considerada a principal do SARS-CoV-2, e pode estar associada à maior transmissão e à capacidade de escape de anticorpos bloqueadores de infecção induzidos por infecção prévia ou vacinas.
Veja como foi o evento: