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COP26
Rede CLIMA publica entrevistas com cientistas brasileiros sobre a mudança do clima no Brasil
A Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA) publica uma série entrevistas com cientistas brasileiros com análise sobre a mudança do clima no Brasil e relacionados com a 26ª Conferência das Partes (COP 26) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
A entrevista desta sexta-feira (5) é com a cientista Mercedes Bustamante. A professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora da Rede CLIMA foi coordenadora técnica-científica para a setor de Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF) do Inventário Nacional de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE) da Quarta Comunicação Nacional (4CN) do Brasil à UNFCCC. A pesquisadora aborda o tema ‘ COP 26 e a biodiversidade: impactos, desafios e expectativas ’.
No sábado (6), o pesquisador da Embrapa, Eduardo Assad, abordará a ‘COP 26 e a segurança alimentar: panorama atual e projeções para o futuro’. Assad é coordenador técnico-científico do projeto integrativo Segurança Hídrica Alimentar e Energética da Rede CLIMA e do Inventário Nacional da 4CN . Os vídeos estão disponíveis no canal da Rede CLIMA no Youtube .
De acordo com o Coordenador da Rede CLIMA, Moacyr Araujo, a COP26 ocorre em um momento oportuno, pois o Grupo de Trabalho I do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), responsável pela atualização das bases científicas sobre mudanças climáticas, publicou em agosto o relatório mais recente. “Os líderes mundiais se beneficiam das informações científicas mais recentes e atualizadas sobre o tema. Nessa avaliação, fica clara e urgente a necessidade de mudança de trajetória no tratamento que as nações vêm dando ao assunto”, afirma Araujo.
O coordenador lembra que este também foi o tom utilizado nas intervenções de representantes dos diferentes países na COP e que alguns avanços, já anunciados, merecem destaque, como os acordos para limitação da emissão do gás metano e redução de desmatamento, assinados por mais de cem países, inclusive o Brasil, como explica Moacyr Araujo. “Estes acordos terão implicações importantes na maneira em que o País irá reduzir a emissão de gases de efeito estufa e se adaptar, exigindo um arcabouço de planejamento mais audacioso e eficaz”.
Segundo Araujo, mecanismos de controle de emissões baseadas em MRV (Mensurar, Reportar, Verificar) são necessários e, agora, terão mais relevância. As estratégias como Agricultura de Baixo Carbono (ABC), Integração Lavoura-Floresta-Pecuária (iLFP), e a retomada dos Planos Setoriais para os biomas, tais como o PPC-Amazônia, PPC-Cerrado, entre outros, que se mostram ferramentas eficazes para redução do desmatamento. “A percepção de que um hectare de floresta em pé vale mais do que qualquer outra utilização para a mesma área já é de conhecimento geral, e esta valorização pode ser ainda incrementada com a adoção de projetos do tipo Amazônia 4.0. Tudo isso deve, e só pode ser feito, com base em informações, análises científicas, e inovação tecnológica seguras e de qualidade. A Rede CLIMA tem muito a contribuir nesse processo”, afirma o coordenador.
No vídeo inicial, o entrevistado foi o climatologista e meteorologista José Marengo , que é coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN/MCTI). Marengo também atuou como editor revisor do Grupo de Trabalho I do IPCC e é membro da Rede CLIMA, além de coordenador técnico-científico para os estudos de Impactos, Vulnerabilidades e Adaptação à mudança do clima da Quarta Comunicação Nacional do Brasil à UNFCCC. Na entrevista, o cientista abordou as expectativas, os desafios e possibilidades relacionadas à participação do Brasil na COP 26. Além disso, ressaltou a importância de ações de adaptação e mitigação dos países, e salientou a crescente participação da população e de organizações não governamentais nas discussões sobre as mudanças climáticas, fator que impulsiona os governos a agirem.
Saiba mais sobre a Rede CLIMA do MCTI: Presente em praticamente todos os estados da federação e envolvendo cientistas de mais de 40 instituições de pesquisa, nacionais e internacionais, a Rede CLIMA do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) se constitui num importante elo entre a ciência climática nacional e o subsídio para a formulação e implementação de políticas públicas nacionais. A capilaridade permite contribuir significativamente no fornecimento da base científica necessária para o planejamento e para a avaliação sistemática das ações a serem implementadas.
Confira a programação organizada pela Rede CLIMA:
- 05 de novembro – “COP 26 e a biodiversidade: impactos, desafios e expectativas”. Entrevistada: Dra. Mercedes Bustamante (UnB e Pesquisadora membro da Rede Clima).
- 06 de novembro – “COP 26 e a segurança alimentar: panorama atual e projeções para o futuro”. Entrevistado: Dr. Eduardo Assad (Embrapa e Coordenador do Projeto Integrativo Segurança Hídrica, Alimentar e Energética, Rede Clima).
- 09 de novembro – “COP 26 e o Brasil: quais os avanços e os desafios para o País?”. Entrevistado: Dr. Osvaldo Moraes, (Diretor do CEMADEN e Membro do Conselho Diretor da Rede Clima) Diretamente da COP.
- 11 de novembro – “COP 26 e os compromissos assumidos na redução dos desastres naturais”. Entrevistada: Dra. Regina Rodrigues (UFSC e Coordenadora da Sub-rede de Desastres Naturais, Rede Clima) – Diretamente da COP.
- 12 de novembro às 14h ao vivo – “COP 26 e Rede CLIMA: como os resultados desta COP podem direcionar as pesquisas e políticas de mudanças climáticas no Brasil?”. Debate COP 26: “Compromissos assumidos, desafios e Expectativas”. Dr. Moacyr Araujo (Vice-Reitor da UFPE e coordenador da Rede Clima) e Dr. Jean Ometto (INPE, vice-coordenador da Rede Clima).
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17 de novembro às 14h30 ao vivo -
Webinário Plásticos nos Oceanos: Palestrantes: Dr. Moacyr Araújo (Vice-Reitor UFPE e Coordenador da Rede Clima) e Dra. Karen Cope (Coordenadora-Geral de Oceanos, Antártica e Geociências – MCTI).
Acesse: http://redeclima.ccst.inpe.br/
Coordenador da Rede CLIMA, professor Moacyr Araujo