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COP26
Ministro do MCTI fala como a ciência está a serviço do desenvolvimento sustentável do Brasil
Foto: Wesley Souza - ASCOM/MCTI
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, apresentou nesta quarta-feira (3) a contribuição da pasta para o desenvolvimento sustentável do Brasil nas áreas de oceanos, cidades, pesquisas aplicadas para todos os seis biomas, e as ferramentas de apoio financeiro para a pesquisa em diferentes estágios de maturação. O evento foi realizado no Espaço Brasil, localizado no pavilhão B, durante a 26ª Conferência das Partes (COP 26) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em Glasgow, na Escócia. A participação ocorreu por meio de teleconferência, a partir do estúdio na CNI, em Brasília (DF), a convite do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
“Por meio da ciência, tecnologia e inovações podemos aproveitar os recursos naturais de modo sustentável em prol do desenvolvimento econômico social, em emprego e renda” afirmou Pontes ao enfatizar a necessidade de transformar a pesquisa científica em aplicação prática para a solução de problemas em diversas áreas enfrentados em todo o território nacional. “Estamos focados em conectar o conhecimento com as empresas”, explicou. Em muitos casos o que ocorre é o transbordamento (spin-offs), quando uma tecnologia pode ser aplicada para outras finalidades além do objetivo original.
O Brasil que é detentor de matriz energética o que o mundo almeja, busca atualmente ampliar da eficiência energética a partir de novos materiais e da escala do uso de tecnologias renováveis, como a energia eólica. “O Brasil detém 74% de energias renováveis e 26% não renováveis na sua matriz energética. A média do planeta é o oposto”, afirmou.
Entre as iniciativas abordadas, o ministro falou sobre os projetos de pesquisa capitaneados pelos institutos de pesquisa do MCTI focados nos biomas, como o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA/MCTI) e o Instituto Nacional do Semiárido (INSA/MCTI).
O INSA/MCTI, por exemplo, vai criar um centro de tecnologias renováveis para o Semiárido em parceria com o Centro Nacional de Pesquisas em Energias e Materiais (CNPEM/MCTI) para melhorar a eficiência energética nos processos produtivos, desde a extração dos materiais, otimização da energia eólica offshore (fora do continente) com melhoria dos materiais aplicados nos geradores as possibilidades para o desenvolvimento de hidrogênio verde. Outro exemplo citado, envolve o bioma Caatinga e a aplicação de tecnologias sociais. Neste caso, a ciência é utilizada para selecionar a melhor forragem para os animais criados nessa região.
Marcos Pontes mencionou ainda, projetos direcionados à recuperação da Mata Atlântica, como o Regenera Brasil, e o desenvolvimento sustentável na Amazônia, por meio do desenvolvimento de cadeias produtivas da bioeconomia, com produtos como tambaqui, pirarucu, açaí. “A melhor ciência é aquela aplicada para o desenvolvimento. Há mais de 20 milhões de brasileiros que habitam na Amazônia”, comentou.
Sobre a região que abriga a maior floresta tropical do mundo, o ministrou citou a implementação do Sistema Amazônico de Laboratórios Satélites (Salas MCTI), que prevê 50 laboratórios em pontos estratégicos do bioma com o objetivo de conhecer a biodiversidade, com potencial de descoberta de novos materiais e princípios ativos. Três laboratórios encontram-se em funcionamento: Laboratório Flutuante Vitória Régia, Laboratório de Selva Peixe Boi, Estação Científica Ferreira Penna. “Conhecemos somente 4% da biodiversidade da Amazônia. Precisamos conhecer para transformar o conhecimento em ativos”, explicou sobre o potencial para sintetizar moléculas para produção de novos medicamentos, cosméticos e outras aplicações.
Ao falar dos desafios de combater a presença de microplásticos no oceano, que é tido como uma questão crucial para a vida marinha entre outros aspectos, Pontes citou a parceria com Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o projeto de cooperação com a Argentina em projetos com essa finalidade, e citou o edital aberto que visa a criação do Instituto Nacional do Mar com o objetivo de fomentar a pesquisa aplicada, ou seja, ações concretas, pois o Brasil dispõe de mais de 8,5mil km de costa.
Ao abordar a ciência e tecnologia para os ambientes urbanos, que no Brasil concentram cerca de 85% da população, segundo o IBGE, Pontes citou o projeto Cidades Inteligentes Sustentáveis que trabalha em várias iniciativas, desde o combate ao desperdício de água em vazamentos até a coleta e transformação de resíduos sólidos. “Temos ferramentas, projetos ou estamos conectados para desenvolvimento sustentável, sistemas para medição, inteligência artificial, nanotecnologia, biotecnologia, que são tecnologias habilitadoras para apoiar esses projetos”, explicou o ministro.
A finalizar o evento, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite destacou a importância do papel da ciência e do trabalho conjunto entre os ministérios. “É uma honra ter a contribuição da ciência, que nos dá a direção do que será essa nova economia verde, neutra em emissões e que usa racionalmente os recursos naturais”, afirmou. “Está fazendo um papel importantíssimo para que a ciência se transforme em desenvolvimento verde para todos”, concluiu.