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Brasil e Argentina vão monitorar variantes do coronavírus em pontos da fronteira
Foto: Governo da Argentina
Brasil e Argentina lançaram, nesta quarta-feira (3), um projeto de vigilância epidemiológica de variantes do coronavírus na fronteira entre os dois países. A cooperação binacional prevê a coleta, detecção e sequenciamento genético de amostras de variantes do SARS-CoV-2 circulantes em pontos de cidades fronteiriças entre o Brasil e a Argentina com trânsito fluido de pessoas e intercâmbio comercial.
“Não se vence a pandemia da Covid-19 trabalhando sozinho. Uma coisa que ficou muito clara é a necessidade do trabalho em parceria, do compartilhamento de dados e da união entre os países”, destacou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, no evento de lançamento do projeto.
Marcos Pontes explicou que o monitoramento e sequenciamento do SARS-CoV-2 previsto na cooperação é uma das ações continuadas realizadas pela Rede Corona-Ômica.BR-MCTI, dentro das prioridades estabelecidas pela RedeVírus MCTI. “A nossa fronteira terrestre precisa dessa parceria para proteger os dois países”.
O ministro também citou outras ações já adotadas pela RedeVírus MCTI no enfrentamento da pandemia no Brasil, como a realização de testes diagnósticos, equipamentos de proteção, reposicionamento de fármacos e o apoio ao desenvolvimento de vacinas nacionais contra a doença.
O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação da Argentina, Daniel Filmus, reforçou que a pandemia representou desafios enormes para os países. “Realizar esse trabalho comum de vigilância epidemiológica molecular em toda a área limítrofe dos dois países é necessário para que a gente tome todos os cuidados com a circulação de novas variantes”, afirmou.
Fronteira
A fronteira Brasil-Argentina compreende 1.261 quilômetros que envolve três estados brasileiros (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e duas províncias argentinas (Misiones e Corrientes). Um número limitado de localidades representativas da região de fronteira será selecionado para amostragem.
O acordo estabelece que os dois países vão trabalhar de forma conjunta na coleta de amostras, detecção e caracterização de variantes circulantes em postos fronteiriços de Paso de los Libres - Uruguaiana e Santo Tomé - São Borja. Análises bioinformáticas aprofundadas serão realizadas para tentar elucidar eventuais cadeias de transmissão de variante do vírus da Covid-19 entre os países. Essas informações relevantes serão fornecidas às autoridades sanitárias, contribuindo no enfrentamento da pandemia.
A solenidade de lançamento do projeto contou com a participação do secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, do embaixador do Brasil na Argentina, Reinaldo José de Almeida Salgado, do embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, além de outras autoridades dos dois países.