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MCTI debate crise global de semicondutores na Câmara dos Deputados
Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados
O secretário de Empreendedorismo e Inovação (SEMPI) do MCTI – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, participou nesta segunda-feira (4) de audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados. Os parlamentares convocaram a audiência para debater a crise global de semicondutores e a participação do Brasil. Os semicondutores são componentes primordiais para o funcionamento de computadores, celulares, veículos, eletrodomésticos e demais itens do dia a dia.
Os deputados debateram sobre a criação de uma política nacional de apoio à indústria de semicondutores no país. O secretário Paulo Alvim destacou a importância dos dispositivos para a geração de oportunidades. “Semicondutores, circuitos integrados são formas de agregar valor de uma forma muito eficiente e rápida que vai trazer produtividade, que vai trazer competitividade e que vai gerar oportunidades de inovação e quando a gente fala de oportunidade de inovação estamos falando de novos negócios”.
Os parlamentares demonstraram preocupação com a possibilidade de encerrar o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis). De acordo com os deputados, o fim do Padis poderá afetar a soberania do setor de semicondutores no país. O secretário Paulo Alvim apresentou aos deputados qual a posição da pasta sobre o assunto. “O posicionamento do ministro Marcos Pontes e do Ministério é que nós estamos lutando para a continuidade do Padis, mais que isso, o fortalecimento do Padis. Temos falado muito isso dentro do Governo federal da relevância de fortalecer o setor de TIC no país tornando estratégico”. A prorrogação do Padis depende de nova legislação, que precisa ser sancionada ainda neste ano.
Outra preocupação dos parlamentares e de associações do setor é a liquidação do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), empresa de semicondutores vinculada ao MCTI que atua em projeto e fabricação de circuitos integrados. O Liquidante do Ceitec, Abílio Eustáquio de Andrade Neto, explicou que este processo não colocará fim na produção do Centro. “O fato do Ceitec está em liquidação, não significa o fechamento da fábrica. No plano de trabalho que nós estamos direcionando não é para o fechamento da fábrica, muito pelo contrário. Eu tenho 40 funcionários fazendo a manutenção 24 horas por dia mantendo o complexo fabril pronto para ser operado”.
Participou também da audiência pública, a coordenadora-Geral de Implementação e Fiscalização de Regimes Automotivos da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia, Margarete Gandini, que explicou como a crise global de semicondutores afetou o setor automobilístico. “Com a pandemia houve um crescimento na busca por computadores e smartphones, ao mesmo tempo a indústria automotiva paralisou algumas fábricas. Com isso, a indústria de semicondutores direcionou a sua produção para o outro segmento”.
Participaram da audiência pública representantes de associações, sindicatos e empresas do setor de tecnologia do país, além de representantes de universidades, da Embrapa e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).