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MCTI apresenta resultados detalhados do Inventário Nacional para estados do Centro-Oeste
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) apresentou, na quinta-feira (9), os resultados desagregados por unidade federativa do Inventário Nacional de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE) para o Centro-Oeste. Essa é a segunda região a receber as reuniões técnicas promovidas pela pasta, e direcionadas aos representantes dos governos subnacionais. Os eventos têm por objetivo compartilhar informações técnico-científicas produzidas no âmbito da Quarta Comunicação Nacional (4CN) do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), documento do governo brasileiro cuja elaboração é coordenada pelo MCTI.
“Essas informações poderão auxiliar na adoção de medidas, ações e políticas que favoreçam o processo de mitigação das emissões e o enfretamento da mudança do clima”, afirmou o secretário de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF) do MCTI, Marcelo Morales, na abertura do evento.
Morales explicou que a desagregação de dados do Inventário Nacional por unidade federativa elaborada pelo MCTI atende a uma demanda dos próprios estados, sinalizada previamente no âmbito do Núcleo de Articulação Federativa sobre mudança do clima do antigo grupo executivo do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM).
O inventário de emissões e remoções de GEE é uma ferramenta essencial para conhecer o perfil de emissões de GEE, seja nacional ou regional, e, a partir dela, traçar metas para mitigação de emissões. Conhecer o perfil de emissões significa compreender quais os setores e, por conseguinte, quais as atividades que mais contribuem com o total de emissões.
Na região Centro-Oeste, os resultados permitem observar que o perfil de emissões se manteve ao longo da série histórica. Para o ano de 2016, o setor Agropecuária contribuiu com 45% das emissões, e o setor Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF) com 42% das emissões. No total, a região contribuiu com 24% das emissões nacionais de dióxido de carbono equivalente (CO2e), uma medida utilizada para comparar as emissões de vários gases de efeito estufa.
O Distrito Federal (DF) destaca-se por apresentar um perfil diferente dos demais estados da região. Os setores que mais contribuem para as emissões do DF são Energia, em especial o transporte rodoviário, e o setor IPPU, decorrente das atividades das cimenteiras.
Exercício – A desagregação de emissões e remoções por unidade federativa elaborado pelo MCTI contemplou todos os cinco setores inventariados, que são: Energia, Processos Industriais e Uso de Produtos (IPPU), Agropecuária, Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF), e Resíduos.
Na reunião, os técnicos do MCTI detalharam a metodologia adotada para a desagregação dos dados por unidade federativa, os parâmetros adotados, os dados de atividade utilizados e as premissas assumidas para cada um dos setores inventariados. Eles também relataram os desafios encontrados sobre a lacuna de dados de atividade por unidade federativa de algumas categorias para a desagregação dos resultados. “Os desafios não invalidam o esforço empenhado. A equipe buscou ao máximo informações regionalizadas para reduzir as incertezas associadas”, explicou a analista técnica Renata Grisoli.
Os técnicos do MCTI também enfatizaram o potencial de colaboração com os estados para suprir essas lacunas de informações para os próximos exercícios de desagregação, como o compartilhamento de bases estaduais de dados consistentes.
Quando finalizado o ciclo de reuniões técnicas com representantes de todas as regiões do país, os resultados estadualizados serão disponibilizados no Sistema de Registro Nacional de Emissões (SIRENE) em conjunto com uma cartilha que detalha a metodologia, as premissas adotadas, a base de dados e os fatores de emissão utilizados para a desagregação.
Agenda: Até o final de setembro serão realizadas reuniões com os representantes dos estados das cinco regiões. O ciclo de eventos iniciou pelo Sul. Para cada região estão previstos dois encontros técnicos. Nesta sexta-feira (10) haverá o segundo dia de reunião técnica com o Centro-Oeste. Na próxima semana, os encontros serão com os representantes da região região Norte, nos dias 16 e 17/9.
Saiba mais: O envio das Comunicações Nacionais à UNFCCC é um compromisso assumido pelo governo brasileiro em 1998, ao promulgar a adesão do país à Convenção do Clima. O envio dos dados atualizados deve ocorrer a cada quatro anos, conforme determina as regras do acordo internacional para países em desenvolvimento. O projeto executado pelo MCTI, por meio da Coordenação-Geral de Ciência do Clima e Sustentabilidade, conta com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), e tem o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) como agência implementadora.
Acesse aqui o documento da Quarta Comunicação Nacional do Brasil à UNFCCC. Conheça o Sistema de Registro Nacional de Emissões (SIRENE).