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Webinário destaca benefícios da adesão do Brasil à Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN)
Foto: Wesley Sousa (SEAPC/MCTI)
O MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), realizou nesta quinta-feira (19) o webinário “Associação do Brasil ao CERN: oportunidades e desafios”. O objetivo do evento foi apresentar para representantes do governo federal, legislativo, indústria e academia os benefícios da adesão do Brasil à Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), um dos maiores e mais avançados centros de pesquisa do mundo. Voltado para a pesquisa em física de altas energias, a instituição opera o mais potente acelerador de partículas do mundo, o “Grande Colisor de Hádrons de Alta Luminosidade” (LHC).
“O Brasil tem aguardado desde 2009 a concretização desse sonho da comunidade científica, do setor produtivo e da educação do país. É um sonho antigo que vamos efetivar agora. O país precisa ser efetivado como membro associado ao CERN”, afirmou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, na cerimônia de abertura do webinário.
Marcos Pontes destacou que adesão ao CERN multiplica as possibilidades de trabalho conjugado com o Sirius, o acelerador de partículas brasileiro, que faz parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM/MCTI). “Esse investimento vai beneficiar e muito a nossa comunidade científica, a educação, o setor empresarial e vai refletir em novas empresas, produtos, serviços e empregos para o nosso país”, garantiu.
O ministro Marcos Pontes também anunciou que o governo federal deverá concluir até o fim do próximo ano o projeto principal do Sirius. “Com a liberação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), vamos concluir até o ano que vem o projeto principal do Sirius. Isso vai ser um ganho muito grande para o país”.
A inclusão do Brasil como membro associado do CERN deverá acarretar a transferência de conhecimento em diversas áreas de C,T&I; cooperação em materiais avançados e minerais estratégicos, como o nióbio, grafeno e terras raras; acesso a postos de trabalho e capacitação de pesquisadores e mão-de-obra especializada nacional; popularização e difusão da ciência; participação na construção da agenda científica mundial; e oportunidades para indústria nacional, a partir da participação em licitações.
Perspectivas
Na abertura do webinário, o embaixador Fernando Simas Magalhães, secretário-geral das Relações Exteriores, ressaltou que o evento busca contribuir para a interação entre governo, academia, setor privado e sociedade. Segundo ele, o Itamaraty tem trabalhado em sintonia com o MCTI, a Casa Civil e o Congresso Nacional para fomentar a inovação e o avanço tecnológico no país por meio de parcerias no exterior. “A associação do Brasil ao CERN faz parte desse esforço. A diplomacia é fundamental na formulação de estratégias que auxiliem o Brasil na construção de soluções tecnológicas inovadoras que alcancem reconhecimento internacional.”
O representante da Casa Civil da Presidência da República, embaixador André Odeinbret Carvalho, apontou que o processo de associação do Brasil ao CERN trará ganhos potenciais expressivos. “Novas perspectivas se abrem em áreas como transmissão de energia, motores elétricos e equipamentos de medicina nuclear. O CERN também abre relevantes perspectivas comerciais em produtos estratégicos, como o nióbio. A Casa Civil apoia os projetos nacionais de alto conteúdo tecnológico.”
Negociações
O início da retomada das negociações para acessão do Brasil ao CERN ganhou novo ímpeto em junho de 2019, a partir de visita do ministro Marcos Pontes à instituição, em Genebra, na Suíça. O CERN conta com 23 países membros e, desde 2010, estendeu a possibilidade de países não europeus se tornarem membros associados. Durante missão internacional neste mês de agosto, o ministro Marcos Pontes e uma delegação do MCTI se reuniram, em Genebra, com diretores do CERN e reafirmaram a disposição do Brasil em ser associado à instituição.
O Brasil tem participado de programas experimentais com a organização, tendo pesquisadores brasileiros participado de suas pesquisas, muitos dos quais por meio de universidades. Em 2020, o CNPEM, que hospeda o Sirius e o LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), firmou acordo com o CERN para colaboração em pesquisas e compartilhamento de recursos, em especial nas tecnologias aplicadas à física de aceleradores, ímãs e materiais supercondutores.
A íntegra do webinário pode ser acompanhada abaixo: