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MCTI disponibiliza resultados detalhados do Quarto Inventário Nacional de emissões e remoções de gases de efeito estufa
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) disponibilizou nesta quinta-feira (19) os resultados detalhados do Quarto Inventário Nacional de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE). Os dados acrescentam à série histórica, que se inicia em 1990, o período de 2011 a 2016 e integram o documento da Quarta Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). Todas essas informações agora também estão disponíveis em painéis Power BI online no Sistema de Registro Nacional de Emissões (SIRENE).
“Houve um esforço por parte do governo federal para apresentar os dados mais recentes da maneira mais acessível possível e que facilite a utilização dos dados tanto por especialistas como por usuários pouco familiarizados com o assunto”, explica o coordenador-geral de Ciência do Clima e Sustentabilidade (CGCL) do MCTI e diretor Nacional da Quarta Comunicação Nacional, Márcio Rojas.
Além da atualização da série histórica, o Quarto Inventário Nacional foi elaborado utilizando integralmente a orientação metodológica do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) de 2006, que é a mais recente disponível, para relatar as emissões e remoções de GEE para os cinco setores: Energia, Uso de Produtos e Processos Industriais (IPPU, na sigla em inglês), Agropecuária, Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF, na sigla em inglês), e Resíduos. As guias IPCC 2006 serão de uso obrigatório para a elaboração do Relatório de Transparência Bienal (BTR, na sigla em inglês), um outro documento internacional exigido aos países signatários do Acordo de Paris, que deve ser submetido à UNFCCC a partir de 2024. A implementação dessas guias exigiu, por exemplo, a realocação das categorias de alguns setores. Agropecuária recebeu duas categorias que anteriormente eram relatadas em IPPU e LULUCF. Isso significa que as emissões e remoções de toda a série histórica precisaram ser recalculadas para atender a premissa de consistência. As demais premissas do IPCC para elaborar um inventário são transparência, comparabilidade, completude e acurácia.
“Disponibilizamos o resultado de um trabalho robusto e consistente, cujos documentos técnicos foram submetidos à consulta pública e envolveu cerca de 300 especialistas de mais de 180 instituições nacionais”, enfatiza Rojas.
Os quatro painéis disponíveis no SIRENE apresentam os dados de toda a série histórica de emissões e remoções. Por meio de filtros, em todos os painéis, o usuário pode selecionar e extrair resultados por setor e subsetor inventariado, ano da série e tipo de gás. Todos os resultados também são exibidos em dióxido de carbono equivalente (CO2e), uma medida que permite comparabilidade entre os diferentes gases relatados.
Entre as novidades adicionadas aos quatro painéis está o filtro de seleção de métrica de conversão do coeficiente CO2e. A métrica é um parâmetro publicado pelo IPCC para converter os diferentes gases de efeito estufa em CO2e. O GWP (Potencial de Aquecimento Global - GWP, no acrônimo em inglês) é uma medida de quantas vezes mais calor determinada quantidade de um gás de efeito estufa retém na atmosfera em relação a uma mesma quantidade de CO2, em determinado horizonte de tempo. Já o GTP (Potencial de mudança de Temperatura Global - GTP, no acrônimo em inglês), é uma métrica baseada na mudança de temperatura, ou seja, está relacionada com a variação da temperatura média da superfície global, em um horizonte temporal selecionado, em resposta a um pulso de emissão de GEE. No SIRENE são apresentados os resultados de acordo com a métrica disponível no Segundo Relatório de Avaliação do IPCC (SAR, na sigla em inglês), uso sugerido para inventários de países em desenvolvimento (não Anexo I), além das métricas do Quinto Relatório de Avaliação do IPCC (AR5, na sigla em inglês), uma das mais recentes e que foi utilizada para Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) do Brasil ao Acordo de Paris.
Entenda os painéis: O primeiro painel ‘Emissões de GEE por Setor’ permite consultar os resultados para toda a série histórica dos cinco setores, selecionando diferentes filtros. Outra funcionalidade adicionada ao painel 1 é a disponibilização de planilhas excel para download do resultado de todos os cinco setores inventariados com dados completos com toda a série histórica, subsetores e categorias, gases e totais em diferentes métricas.
No segundo painel ‘Emissões por Tipo de Gás’ é possível identificar para cada ano da série a participação de determinado gás selecionado para cada setor. Esse formato de visualização é importante para realizar análises mais detalhadas que necessitam identificar as proporções dos gases relatados, pois cada gás se comporta de modo diferente na atmosfera.
No terceiro painel ‘Participação de GEE por Setor’ é possível visualizar em gráficos linha a evolução de cada gás ao longo da série. Ao lado, filtros complementares permitem consultar a proporção dos gases no inventário de determinado ano.
No quarto painel ‘Emissões de GEE por Subsetor’, o usuário encontrará resultados desagregados dos cinco setores relatados, em tabelas e gráficos, pela série histórica e por gás.
Em breve, o MCTI irá disponibilizar também resultados do Quarto Inventário Nacional desagregados por unidade federativa.
Saiba mais: O envio das Comunicações Nacionais à UNFCCC é um compromisso assumido pelo governo brasileiro em 1998, ao promulgar a adesão do país à Convenção do Clima. O envio dos dados atualizados deve ocorrer a cada quatro anos, conforme determina as regras do acordo internacional para países em desenvolvimento. O projeto executado pelo MCTI, por meio da Coordenação-Geral de Ciência do Clima e Sustentabilidade, conta com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), e tem o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD) como agência implementadora.
Acesse aqui o documento da Quarta Comunicação Nacional do Brasil à UNFCCC. Conheça o Sistema de Registro Nacional de Emissões (SIRENE).