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Garoto indígena participa do programa Caça Asteroides MCTI
Foto divulgação acervo pessoal
Carlos Orlando Tserenhamaridi, ou Tserê, é um garoto indígena de 9 anos. Convidado pelo amigo João Matheus, da mesma idade, começou a participar de atividades online de astronomia, montagem de foguetes e do Caça de Asteroides MCTI. O programa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, em parceria com a Agência Espacial Americana (NASA), envia imagens dos telescópios mais potentes do mundo para equipes inscritas, que podem procurar e nomear os corpos celestes que encontrarem.
O garoto vive hoje com um padrinho próximo a Goiânia (GO) e participa semanalmente de aulas online com a professora Jeane de Fátima, que une atividades lúdicas e astronomia em um projeto chamado Astronomia Divertida. Pela primeira vez, Tserê também participou da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e da Mostra Brasileira de Foguetes.
“Ele gosta muito das atividades e tem se interessado cada vez mais pelo tema”, revela o padrinho do indígena, Joaquim Alarcão. “No início de maio, a esposa do meu sobrinho, que tem um filho da mesma idade, me informou sobre as olimpíadas. Foi uma grande coincidência, porquê o Tserê já havia feito vários desenhos de planetas e satélites, mesmo sem nunca ter sido estimulado a fazer isso”, diz. “A partir de tarefas da escola e vídeos no Youtube, ele foi se interessando pelo assunto. Ele é o segundo melhor aluno da escola e também é muito bom em matemática, tem a letra linda, adora música e historinhas”, complementa.
A professora Jeane de Fátima mora no Rio de Janeiro e promove atividades online com mais de 50 crianças. O projeto começou em 2009 com o objetivo de aproximar os pequenos da ciência. “Meu trabalho é todo voluntário, desenvolvendo atividades científicas com vários alunos. Com o advento das aulas remotas consegui alcançar crianças do Brasil todo. São mais de 50 crianças divididas em turmas. As crianças amam astronomia. Eu junto atividades lúdicas e conhecimento despertando o interesse pela disciplina”, relata.
A coordenadora-geral de Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovações do MCTI, Silvana Copceski, afirma que o programa Caça Asteroides MCTI tem feito sucesso em todo o país e ajudado cada vez mais crianças a se interessarem por ciências. Ela conheceu o Tserê quando foi convidada para uma live com a professora Jeane.
“Eu conheci o Tserê, ele gosta muito de caçar asteroide e falar sobre astronomia. A professora Jeane faz o Caça Asteroide em tempo real com as crianças. O programa é uma oportunidade única em que você consegue trabalhar com a ciência cidadã por meio de imagens que antigamente só os astrônomos teriam acesso. As crianças fazem essa caça brincando e ficam muito felizes quando encontram um asteroide”, descreve.
O programa Caça Asteroides MCTI é feito em parceria com a o International Astronomical Search Collaboration (IASC/NASA), com objetivo de popularizar a ciência entre cidadãos voluntários. Esses novos cientistas cidadãos serão capazes de fazer descobertas astronômicas originais e participar da astronomia na prática. Este programa é de abrangência nacional e internacional. Conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Instituto Brasileiro de Informações em Ciência e Tecnologia (IBICT/MCTI) e Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (SEDUC/MT).