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Estudante brasileira é a menina mais bem ranqueada na Olimpíada Internacional de Informática
Equipe brasileira da Olimpíada Internacional de Informática: Yan Matheus Tavares e Silva, Pedro Shinzato Chen, Carolina Moura Valle Costa e Luiz Henrique Yuji Delgado
No final de junho, a equipe brasileira na 33ª Olimpíada Internacional de Informática (IOI) conquistou 4 medalhas, uma para cada componente: duas de prata e duas de bronze. O evento, realizado de forma online devido à pandemia de Covid-19, reuniu 351 jovens de 88 países. Outro resultado importante para o Brasil no evento foi ter a menina mais bem colocada de toda a competição.
Carolina Moura Valle Costa, de São Paulo (SP), tem 17 anos e está no terceiro ano do ensino médio. Ela ganhou medalha de bronze na IOI e também coleciona resultados em eventos nacionais e fora do país. Ela tem uma medalha de ouro na Olimpíada Europeia de Informática para Garotas (EGOI); dois ouros na Olimpíada Ibero-Americana de Informática; 3 ouros e 2 pratas na Olimpíada Brasileira de Informática (OBI) e um bronze na Olimpíada Europeia de Matemática para Garotas (EGMO).
Ela começou em competições desse tipo aos 11 anos e conta que, a princípio, os resultados não eram tão bons. “No começo meus resultados não eram muito bons, até porque eu não sabia quanta dedicação era necessária ou os métodos apropriados para estudar. Com o tempo, peguei o jeito”, diz.
Carolina pretende cursar Ciência da Computação e considera que suas conquistas podem inspirar outras jovens a escolherem carreiras na área de informática. “Acho que meu resultado pode inspirar mais meninas na informática. Talvez elas possam ver em mim um exemplo ou alguém que as ajude - porque é assim que a inserção feminina acontece, com mulheres se inspirando umas nas outras e criando um ambiente de fortalecimento e incentivo”, afirma.
Segundo o professor Ricardo Anido, coordenador da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI), o desempenho da estudante é excepcional porque ajuda mais garotas a descobrirem aptidão para setores com pouca participação feminina.
“O país tem uma enorme falta de profissionais da área de TI, e por alguma razão as meninas historicamente se afastaram dessa área. Estamos desperdiçando um número enorme de meninas que poderiam estar se preparando para trabalhar nessa área. E, como a Carolina mostra, meninas são tão competentes quanto meninos em computação”, destaca.
A Olimpíada Brasileira de Informática teve sua primeira edição em 1999, contando com 355 competidores em uma única modalidade. No ano passado, mesmo com a redução no número de inscritos por causa da pandemia, o evento contou com quase 59 mil inscritos em duas modalidades, divididas em 7 níveis. O evento conta com apoio do MCTI por meio dos editais de olimpíadas científicas do CNPq.
O professor também ressalta a importância desses eventos para incentivar jovens talentos e melhorar a educação no país.
“As competições de conhecimento são essenciais para garimpar talentos ainda muito jovens, e prepará-los para competições internacionais e para o próprio desenvolvimento do país. São jovens excepcionais, que daqui a vinte, trinta anos, estarão em posições de liderança nas suas profissões, seja em empresas ou em governos ou na ciência. O apoio do MCTI é importante porque, pela idade dos competidores, as empresas não têm muito interesse no patrocínio dessas competições, pois o retorno é de muito longo prazo”, pontua.
Conheça mais sobre a Olimpíada Brasileira de Informática em https://olimpiada.ic.unicamp.br/