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MCTI e AIEA discutem projeto para reduzir poluição no mar
Foto: Wesley Sousa (SEAPC/MCTI)
O MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações quer estabelecer uma cooperação técnica com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em um projeto de redução da poluição por plástico nos oceanos. O tema foi discutido durante encontro do ministro Marcos Pontes com o diretor-geral da AIEA, embaixador Rafael Grossi, nesta terça-feira (20), em Brasília. Na oportunidade, eles também trataram do aprofundamento de parcerias em outros projetos, como prevenção de pandemias e implantação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) no Brasil.
O MCTI é o órgão responsável pela política nuclear brasileira, por meio da unidade vinculada Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O programa nuclear brasileiro é de fins pacíficos. Durante a reunião, o ministro Marcos Pontes ressaltou o interesse em expandir as aplicações da tecnologia nuclear no país, que já ocorrem em áreas como indústria, saúde e energia. “Temos de ampliar as capacidades da energia nuclear para vários campos. Em um país do tamanho do Brasil, com as possibilidades e demandas que temos, há várias aplicações possíveis que podem chegar à população.”
Nesse sentido, um dos objetivos do MCTI é que o Brasil implante um projeto dentro da iniciativa NUTEC Plastics (NUclear TEChnology for Controlling Plastic Pollution), da AIEA, que usa tecnologia nuclear para monitorar a poluição e também para diminuir o volume de resíduos de plástico usando irradiação para complementar os métodos tradicionais de reciclagem de plástico.
O projeto deverá integrar o Programa Ciência no Mar do MCTI, que se insere no contexto da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, proposta pelas Nações Unidas. Os detalhes da cooperação técnica com a AIEA e a elaboração de um projeto-piloto deverão ser discutidos durante viagem do ministro Marcos Pontes e comitiva a Viena, na Áustria, nos dias 9 e 10 de agosto.
Pandemia
Durante o encontro, o ministro também ressaltou o interesse em aprofundar a parceria com a agência no projeto ZODIAC (Zoonotic Disease Integrated Action), estabelecido pela AIEA em junho de 2020 para ajudar os países a prevenir pandemias causadas por bactérias, parasitas, fungos ou vírus que se originam em animais e podem ser transmitidos a humanos. O projeto conta com a participação de 150 países, entre eles o Brasil. Marcos Pontes disse que o ministério poderá contribuir com a iniciativa por meio da atuação da RedeVírus MCTI e do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, ressaltou que o Brasil já é parceiro da agência e que novas cooperações podem ser estabelecidas como forma de dar respostas a desafios e demandas do país. “‘Temos uma visão similar no sentido de ampliar nossas cooperações no plano nacional e internacional. Estamos abertos ao diálogo para discutira as possibilidades mais concretas”, destacou.
Outro tema tratados no encontro foi a criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN) no Brasil, uma autarquia que terá a função de fiscalizar todas as atividades nucleares promovidas no país. O diretor-geral da AIEA apontou a possibilidade de oferecer uma consultoria e apoio da implantação da Autoridade Nacional para o setor.
Outra possibilidade de parceria poderá ocorrer em um programa internacional de combate ao câncer, que deverá ser lançado pela agência em fevereiro do próximo ano. O MCTI poderá colaborar com o compartilhamento da experiência de implantação de um sistema de diagnóstico de câncer nas regiões Norte e Nordeste do país.
A reunião também contou com a participação do presidente da CNEN/MCTI, Paulo Roberto Pertusi, de secretários do MCTI e de representantes da AIEA e do Ministério das Relações Exteriores.