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Entrevista: Secretário de Estruturas Financeiras e de Projetos do MCTI, Marcelo Meirelles
O secretário da SEFIP/MCTI, Marcelo Meirelles, destaca nesta entrevista a importância dos mecanismos desenvolvidos pela Secretaria e sobre o inovador programa “Parceiros da Ciência”.
MCTI: Qual é a atuação da Secretaria de Estruturas Financeiras e de Projetos do MCTI?
A Secretaria trabalha com dois lados: estruturando projetos e buscando estrutura financeira para pagar a conta desses projetos. A SEFIP conta com 32 iniciativas que estão em andamento. Então, são 32 temas que podemos desenvolver de maneira separada e diferenciada.
MCTI: Fale sobre o Programa Parceiros da Ciência, um mecanismo inovador e desenvolvido pela SEFIP/MCTI.
Desde que o ministro Marcos Pontes iniciou sua gestão no MCTI, ele nos propôs uma forma de buscar financiamento para projetos além do orçamento. A iniciativa é voltada para uma modalidade que não dependa apenas do orçamento público. Precisamos trazer o recurso privado para ajudar a cofinanciar os projetos de ciência, de tecnologia e de inovação, o que não é a substituição do recurso público. Nós estamos trazendo o parceiro privado para participar desse cofinanciamento. O Programa Parceiros da Ciência é um tema relevante, não apenas para a Secretaria, mas para o ministério como um todo.
MCTI: Como acontece essa parceria com iniciativas privadas?
O Programa Parceiros da Ciência é justamente a junção de uma plataforma de projetos com a plataforma de estruturas financeiras e a vinculação disso com os potenciais parceiros privados. Então, nós temos uma plataforma onde estão todos os projetos e nós podemos promover encontros com organizações, instituições, empresas, organismos, fundos ou quaisquer interessados em mostrar todos os projetos que nós temos a partir de um critério de seleção. Por exemplo, se tem uma empresa que possui um fundo que trabalha com clima, a SEFIP seleciona todos os projetos voltados para o tema clima, apresentamos para essa empresa e eles fazem a escolha dos projetos que atendem às suas respectivas demandas. As parcerias são estabelecidas e os recursos podem ser aportados.
MCTI: No âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o senhor pode citar algumas parcerias já estabelecidas?
O Programa Parceiros da Ciência é um projeto novo, mas, já conta com parcerias. Acabamos de assinar um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Estamos assinando junto com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), o Programa Águas Brasileiras, e a SEFIP pode colocar os projetos vocacionados para águas para empresas que estão nesse setor. Estamos trabalhando com a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) na criação do Centro de Energia Renovável. Estamos desenvolvendo também com a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) o Centro de Tecnologia de Economia Circular e, com isso, acoplar todas as empresas voltadas para essa temática. O Programa Parceiros da Ciência permite gerar conhecimento, permite criar potencial econômico e, por consequência, ele melhora a qualidade de vida das pessoas.
A SEFIP/MCTI promoveu o webinário da Rede de Viabilização Financeira das Unidades de Pesquisa (REVIF). Fale sobre a importância desse webinário para o setor de CT&I.
O 1º Webinário REVIF traz a participação de representantes do setor privado e faz a ponte com os projetos prioritários que estão sendo desenvolvidos pelo setor público. Esse evento é muito relevante para aqueles que desenvolvem projetos de PD&I entenderem o que é importante ter nesses projetos para atrair o capital privado. O objetivo foi promover a capacitação, interação e o compartilhamento de informações entre o MCTI, as unidades vinculadas e o setor privado, dando suporte à criação de modelos de negócios e de soluções estruturais, organizacionais e gerenciais que propiciem a viabilização financeira da pesquisa científica no Brasil.
Quais são os desafios relacionados ao financiamento para a CT&I no país?
O desafio do MCTI é colocar o Brasil em dia com o que existe de mais moderno em financiamento para a ciência e tecnologia no mundo. Os dez países mais inovadores do mundo contam com um elevado percentual de investimentos também da iniciativa privada. Para isso ocorrer no Brasil, temos de trabalhar para oferecer segurança jurídica, instrumentos e projetos para receber recursos privados.