Notícias
CIÊNCIA NO MAR MCTI
Entrevista: Karen Silverwood-Cope, Coordenadora-Geral de Oceano, Antártica e Geociências (SEPEF/MCTI)
Karen Silverwood-Cope, coordenadora-geral de Oceano, Antártica e Geociências do Departamento de Ciências da Natureza da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF/MCTI) destaca a importância da iniciativa.
Quais são os objetivos do Programa Ciência do Mar?
O Programa Ciência no Mar, do MCTI, é um programa de gestão da ciência brasileira relacionada ao oceano, com duração prevista até 2030, que se organiza em seis linhas temáticas transversais e trabalhadas de forma holística, sistêmica e integrada:
- Gestão de riscos e desastres, como por exemplo as ações relacionadas ao derramamento do óleo de 2019;
- Mar profundo com o edital de ilhas oceânicas;
- Zona costeira e plataforma continental com nossa chamada de baías;
- Circulação oceânica, interação oceano-atmosfera e variabilidade climática pelo apoio aos sistemas de observação continuada como PIRATA, MOVAR e SimCosta;
- Tecnologia e infraestrutura para pesquisas oceanográficas;
- Biodiversidade marinha para proteção e conservação dos ecossistemas e organismos marinhos, e uso sustentável de seus produtos oriundos da biotecnologia e da pesca.
O Programa instituiu um Comitê de Assessoramento, composto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI); pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP/MCTI). Também compõem o Comitê, cientistas e pesquisadores, e representantes de outros órgãos e entidades da sociedade e do governo.
Como serão essas parcerias e como se dará a atuação desse assessoramento?
Queremos fazer uma definição participativa e de fronteira da nova estratégia de CT&I para além de 2022. Na coordenação, na articulação e concertação entre a Coordenação Geral de Oceano, Antártica e Geociência (CGOA/MCTI) e o novo instituto que fomos autorizados a criar e que apoiará todas as ações do MCTI, de forma célere e complementar. E ainda, no papel que o Brasil tem de protagonista da ciência oceânica em todo o Atlântico Sul e na Década da ONU da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, coordenada pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI/Unesco), onde o MCTI é o representante científico nacional.
Como é estabelecida a cooperação internacional voltada para o Programa Ciência do Mar, no âmbito do MCTI? Cite os países que já fazem parte desses acordos técnicos.
O Brasil participa da Aliança para Pesquisa Oceânica de todo o Atlântico, por meio do projeto All-AtlaNtic Cooperation for Ocean Research and Innovation (AANChOR), com vigência de 2018 a 2022, com ações conjuntas de grande envergadura nas áreas temáticas do Programa Ciência no Mar. O AANChOR é um projeto de diplomacia científica oceânica global, que faz parte da Chamada Horizon2020 da Comissão Europeia, que tem como parceiros a União Europeia, África do Sul, Argentina e Cabo Verde, além do apoio de EUA e Canadá. Também temos uma cooperação bilateral com os Estados Unidos, organizando uma oficina de trabalho sobre o óleo. Já com a Noruega estamos desenhando iniciativas nas áreas de biotecnologia marinha, combate inovador da poluição por plástico e aquicultura sustentável. Cooperamos ainda no âmbito do BRICS. Somos os protagonistas do Atlântico Sul nas ações da referida Década da Ciência Oceânica, que ocorrerá de 2021 a 2030, simultaneamente ao nosso Programa Ciência no Mar que é alinhado com a Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia (ENCTI) 2016-2022.