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Especialistas do Brasil e Japão destacam potencial da inteligência artificial no cenário da pandemia
Com a participação de especialistas do Brasil e do Japão, um webinário realizado na terça-feira (2) debateu o potencial da inteligência artificial (IA) e a influência da tecnologia sobre a indústria e a sociedade no cenário com e pós a pandemia da Covid-19. O evento “Cooperação Brasil e Japão sobre Inteligência Artificial” foi promovido pela Embaixada do Japão no Brasil, com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
“A inteligência artificial vai ser a força motriz da recuperação econômica pós covid-19”, afirmou o pesquisador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Norberto Alves Ferreira, um dos palestrantes do evento. Segundo ele, a covid-19 acelerou de forma abrupta a transformação digital e vai deixar espaço para construir um ambiente de resiliência onde a IA será um dos pilares.
Norberto Ferreira apontou algumas ações estruturantes que estão sendo realizadas no Brasil, com apoio do MCTI, e voltadas para a disseminação da inteligência artificial. Entre as iniciativas, citou a definição da Estratégia Nacional de Inteligência Artificial; a criação de 8 centros de pesquisa aplicada em IA; o programa IA2, voltado á aceleração de startups; e uma rede de inovação em Inteligência artificial apoiada por 17 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social supervisionada pelo MCTI.
De acordo com o pesquisador, um levantamento aponta que a adoção massiva de inteligência artificial pode levar a um crescimento significativo do Brasil até 2030, de até 2,4 vezes mais rápido e um aumento de 1,8% do PIB. “Isso está alinhado com todas essas ações do governo para a disseminação da inteligência artificial nas indústrias e também na administração pública.”
Aplicações
Em sua participação, o professor Yutaka Matsuo, da Universidade de Tóquio, abordou as tendências recentes e futuras da inteligência artificial. Segundo ele, atualmente a palavra-chave em inteligência artificial é “deep learning” (aprendizagem profunda, no termo em inglês), um aglomerado de vários tipos de tecnologias e inovações.
Para o professor, o desafio dos países é como aplicar essa ferramenta em prol da tecnologia da informação e torná-la útil para a sociedade. “A ciência e a tecnologia estão dando suporte para mudanças importantes. Espero que a parceria Brasil-Japão tenha esse novo foco na colaboração entre grandes empresas e startups para melhorar a competitividade mundial dos dois países.”
Yutaka Matsuo destacou as várias aplicações da inteligência artificial na vida prática que já estão em curso no Japão. Como exemplos, mostrou soluções como câmaras térmicas com reconhecimento facial, controle de veículos autônomos dentro de fábricas e em estacionamentos, além da utilização pelos setores de agricultura, construção civil, indústria alimentícia e também no desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19.
O diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital do MCTI, José Gontijo, representou o ministro astronauta Marcos Pontes no evento e destacou que Brasil e Japão têm um histórico de cooperação em várias áreas. “Os dois países podem cooperar em outras áreas, uma delas é a inteligência artificial, que pode ser utilizada em todos os campos do conhecimento.” O evento também contou com a participação do embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada.
Assista à íntegra do webinário: