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Processo de adesão à Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN)
Foto: Leonardo Marques - ASCOM/MCTI
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, afirmou, nesta quinta-feira (21), que o presidente da República, Jair Bolsonaro, deu aval para dar prosseguimento ao processo de adesão do Brasil como membro associado da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN). O anúncio foi feito durante uma reunião virtual entre o ministro e a diretora-geral do CERN, Fabiola Gianotti.
“Tenho boas notícias. Ontem, conversei com o presidente Bolsonaro e com o ministro Braga Netto (Casa Civil) e expliquei sobre a importância do processo. Informei que o Brasil daria andamento à documentação para, finalmente, oficializar a participação do Brasil como membro associado do CERN”, revelou Marcos Pontes, confirmando a aprovação do presidente para dar seguimento ao processo de adesão.
A inclusão do Brasil como membro associado do CERN deverá acarretar diversos benefícios para o país como: transferência de conhecimento em diversas áreas de C,T&I; cooperação com o Sirius, acelerador de partículas vinculado ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM/MCTI); cooperação em materiais avançados e minerais estratégicos, como o nióbio; acesso a postos de trabalho e capacitação de pesquisadores e mão-de-obra especializada nacional; popularização e difusão da ciência; participação na construção da agenda científica mundial; oportunidades para indústria nacional, a partir da participação em licitações;
A diretora-geral do CERN reforçou que está acompanhando o processo de adesão do Brasil à organização de perto e disse acreditar que há varias possibilidades de atuação convergente entre as nações, como no caso laboratório Sirius e também nos setores de ciência, tecnologia e inovação. “Essa associação do Brasil ao CERN é importante e fortalece as possibilidades de parceria”, frisou.
O processo de acesso do Brasil à organização europeia para a pesquisa nuclear teve início em 2010, quando o CERN estendeu possibilidade de países não-europeus virem a se tornar membros associados, desde que atendessem a critérios específicos de elegibilidade.
De acordo com o chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais do MCTI, Bernardo Milano, os próximos passos do processo formal de adesão do Brasil vão incluir uma série de reuniões e discussões com outros ministérios do governo federal, com representantes da indústria nacional e membros da comunidade científica brasileira. O objetivo é mapear oportunidades concretas de curto e médio prazo da adesão ao CERN.
O CERN
Fundada em 1954, a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear é um dos maiores, mais avançados e mais respeitados centros científicos do mundo. Voltado para a pesquisa em física de altas energias, se situa na fronteira da Suíça com a França. Com 23 países membros plenos (Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Israel, Itália, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Sérvia, Suécia, Suíça e Reino Unido), 8 países associados (Chipre, Croácia, Eslovênia, Índia, Lituânia, Paquistão, Turquia e Ucrânia) e 3 países com status de observadores (Japão, Rússia e Estados Unidos), o CERN desenvolve pesquisas que contam com a participação de milhares de cientistas de mais de uma centena de nacionalidades.
Entre os maiores feitos da organização europeia estão a comprovação do bóson de Higgs (“partícula de Deus”), construção do LHC (Grande Colisor Hadrônico), maior e mais potente acelerador de partículas do mundo, a invenção da World Wide Web (www), em 1989, e experimentos e descobertas sobre a antimatéria.
A reunião virtual contou com a participação da embaixadora do Brasil em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevêdo; do secretário-executivo do MCTI, Leônidas de Araújo Medeiros Junior; do secretário de Pesquisa e Formação Científica, Marcelo Morales, e do subsecretário de Unidades Vinculadas do MCTI, Darcton Damião.