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LNCC/MCTI identifica nova linhagem do Sars-Cov-2 no Rio de Janeiro
O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC/MCTI) unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações identificou cinco mutações do Sars-Cov-2, caracterizando uma possível nova linhagem originária da B.1.1.28 - subespécie do coronavirus que já circulava no Brasil no início do ano. A análise, conduzida em parceria com o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sequenciou 180 genomas do SARS-CoV-2, provenientes de amostras de pacientes do Rio de Janeiro.
O estudo foi coordenado pela pesquisadora da RedeVírus MCTI e do LNCC/MCTI, Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos que é doutora em Genética pela UFRJ. “De acordo com as análises filogenéticas, o surgimento desta nova linhagem ocorreu em julho de 2020 e foi identificada, principalmente, em Cabo Frio, Niterói e Duque de Caxias na Baixada Fluminense”, revelou.
Segundo a pesquisadora até o momento, não existe indicação que essa linhagem seja mais transmissível ou que possa interferir na efetividade das vacinas que estão sendo desenvolvidas. Entretanto, ela ressalta a importância de estudos contínuos de vigilância genômica para análise da dispersão dessa nova linhagem e na identificação de novas variantes do SARS-CoV-2 tanto no Rio de Janeiro quanto em outras cidades do Brasil.
Em fevereiro de 2020, antes mesmo da pandemia ser declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) mobilizou cientistas, unidades de pesquisa, Institutos de Ciência e Tecnologia e laboratórios espalhados por todo o território nacional em resposta à emergência do novo coronavírus (Covid-19). Desde então essas instituições atuam em conjunto no desenvolvimento de diagnósticos, tratamentos, vacinas e produção de conhecimento sobre o vírus.
O coordenador da subrede Corona-ômica, pesquisador Fernando Spilki, destacou a importância do sequenciamento do genoma do vírus para a estratégia nacional de uma vacina da qual se tenha domínio para que os cientistas se preparem para uma possível resistência à vacina decorrente da mutação do Sars-Cov-2. “Esse monitoramento deve ser contínuo. De fato o que temos de experiência em coronavírus em outras espécies como animais domésticos, é que ao longo do tempo por um período mais estendido, por vezes há mutações de vírus que conseguem suplantar os anticorpos e imunidades provenientes da vacina. Por isso a RedeVírus MCTI é tão importante pois o mapeamento das mutações virais podem ajudar os cientistas que trabalham com o desenvolvimento das vacinas”, revelou.
Para o secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales a criação da RedeVírus MCTI foi uma decisão muito importante não só para o enfrentamento desta pandemia de coronavírus. “A RedeVírus MCTI veio para ficar. Ela não trata apenas do coronavírus, mas também de outros vírus emergentes. Como nosso ministro Marcos Pontes sempre diz, não é uma questão de, se teremos outra pandemia, mas sim de quando teremos. Por isso precisamos estar preparados para enfrentar essa atual situação de pandemia e outras que virão”, afirmou Morales.
RedeVírus MCTI
É um comitê que reúne especialistas, representantes de governo, agências de fomento do ministério, centros de pesquisa e universidades com o objetivo de integrar iniciativas em combate a viroses emergentes. Criada pela portaria MCTIC nº 1010/2020, funciona como um comitê de assessoramento estratégico que atua na articulação de laboratórios de pesquisa, com foco na eficiência econômica e na otimização e complementaridade da infraestrutura e de atividades de pesquisa que estão em andamento, em especial com o coronavírus. O Comitê da RedeVírus MCTI conta pesquisadores especialistas de várias instituições de pesquisa renomadas como a Fiocruz, Butantan, USP, Unicamp, UFMG, UFC, CNPEM/LNBio/MCTI, UFRJ, dentre outras.
Subrede Corona-ômica
Área da RedeVírus MCTI responsável pelo monitoramento e sequenciamento do genoma do vírus circulante no país, permitindo que medidas possam ser tomadas em tempo hábil. Acompanha a evolução do SARS-CoV2 ao infectar pacientes em diferentes regiões do Brasil. Com essa análise acurada e em tempo real a subrede tem o objetivo de identificar mutações do vírus e até mesmo potenciais alvos terapêuticos.