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Utilização de nanossatélites para prevenção de desastres naturais é tema do Bate Papo Ciência e Tecnologia no Dia a Dia
Foto: Neila Rocha - ASCOM/MCTI
Com rajadas de vento que ultrapassaram 130 quilômetros por hora o ciclone-bomba que atingiu o estado de Santa Catarina (SC) no fim de junho deste ano deixou 180 municípios em estado de emergência, 10 mortos e um prejuízo de R$ 340 milhões. Este desastre natural foi o ponto de partida do projeto Constelação Catarina. A iniciativa é realizada em parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) por meio de sua vinculada, a Agência Espacial Brasileira (AEB), com a Frente Parlamentar Mista Para o Programa Espacial Brasileiro e o Governo de Santa Catarina. A ideia é usar a tecnologia espacial para a criação de nanossatélites com foco na prevenção de eventos climáticos que costumam castigar o estado como chuvas fortes, ciclones e ventanias. O conjunto de 13 equipamentos coletará informações sobre eventos climáticos e ajudará ainda no aprimoramento da agricultura de precisão.
O assunto foi debatido na noite dessa terça-feira (17), no Bate Papo Ciência e Tecnologia no Dia a Dia, que recebeu nessa última edição o presidente da Frente Parlamentar Mista Para o Programa Espacial Brasileiro e deputado, Daniel Freitas e o diretor de Governança do Setor Espacial da Agência Espacial Brasileira, (AEB), Cristiano Trein.
“Após o ciclone-bomba em SC tivemos a ideia de aproximar a Frente Parlamentar do MCTI, da AEB/MCTI e de outros atores do governo local para encontrar soluções tecnológicas dentro do Programa Espacial Brasileiro para que, não apenas Santa Catarina, mas todo o país, esteja preparado para enfrentar desastres naturais como o ocorrido em meu estado”, revelou o deputado Daniel Freitas.
O equipamento piloto da Constelação Catarina deve ser lançado em 2021 e, para a primeira etapa, que deve ser realizada até 2024, estão previstas a construção e lançamento de outros 12 satélites.
O diretor de Governança do Setor Espacial da Agência Espacial Brasileira, (AEB/MCTI), Cristiano Trein, explicou que Brasil vem acompanhado a modernização de outros países no setor. “A modernização do Programa Espacial Brasileiro passa por entendermos que as atividades espaciais de tecnologias vêm se colocando cada vez mais evidente num contexto de miniaturização, de acesso a novos entrantes e isso tem disparado vários mercados e ativado a economia no mundo inteiro. E o Brasil obviamente tem que fazer parte deste movimento”, explicou o diretor da AEB.
Cristiano Trein explicou que o deputado Daniel Freitas convidou a AEB/MCTI para ir até o estado de SC após o desastre natural. “Chegamos lá com esse pensamento de trazer a indústria, de empreender, de chegar à sociedade com novas tecnologias. Com a colaboração de vários atores locais foi desenhado o rascunho de uma constelação de nanossatélites que ativaria de maneira intensa a indústria local, a academia, institutos de pesquisas e de fato entregaria um valor para a sociedade”, relembrou.
Para o ministro Marcos Pontes a iniciativa da Constelação Catarina vai ao encontro da maneira que outras agências internacionais trabalham. “Da mesma forma que eu presenciei na NASA, as atividades tanto da AEB/MCTI quanto do Programa Espacial Brasileiro estão sendo desenvolvidas em cima de demandas. Essa mudança de perspectivas é importante pela possibilidade de se trabalhar com diversos clientes na busca de soluções”, ressaltou.
Veja como foi o Bate Papo: