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Produção das ciências sociais tem convergência com temas estratégicos nacionais, conclui estudo lançado pelo CGEE/MCTI
O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), lançou nesta sexta-feira (6) o livro "Diagnóstico das Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Linguística, Letras e Artes (CHSSALLA) no Brasil". A publicação traz um quadro geral sobre os pesquisadores de 26 áreas do conhecimento no país; o perfil da produção científica nesses setores e fontes de financiamento; além de uma análise sobre a convergência entre as CHSSALLA e os temas estratégicos para o desenvolvimento do país.
A pesquisa usou bases de dados públicas e analisou a produção científica de mais de 67 mil pesquisadores, incluindo quase 50 mil teses de doutorado. O trabalho foi financiado pela Secretaria de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF) do ministério, conduzido pelo CGEE, sendo idealizado pelo Fórum de Ciências Humanas, Sociais, Sociais Aplicadas (FHCSSA), entidade que representa 54 associações e sociedades científicas.
O secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, ressalta que não é possível formular políticas públicas de ciência e tecnologia sem considerar o meio ambiente, saúde, economia e sociologia.
“Não podemos prescindir de uma perspectiva interdisciplinar, ou seja, capaz de compreender e analisar os diferentes aspectos que influenciam a vida social. O MCTI sabe que adotar uma perspectiva interdisciplinar demanda mais trabalho e mais capacidade de diálogo, mas ao mesmo tempo aumenta muito as chances de elaborar políticas eficazes e eficientes. Nós apostamos nesse caminho”, diz.
Lançamento virtual
O lançamento da publicação foi feito em uma transmissão virtual com participação do CGEE, do Fórum de Ciências Humanas, Sociais, Sociais Aplicadas, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Segundo a diretora do CGEE, Regina Silvério, o diagnóstico mostra um crescimento dos trabalhos na área e maior distribuição regional entre os pesquisadores, o que contribui para abordar novos temas estratégicos para o país: “As CHSSALLA nos últimos 20 anos têm crescido acima da média de outras áreas. Nós tivemos também uma desconcentração dessas áreas, que antes estavam concentradas no Sul e Sudeste. Hoje a gente vê as áreas espalhadas, o que reflete a diversificação dos temas de pesquisa e converge para as áreas estratégicas do Estado Brasileiro e diretrizes estratégicas do ministério”.
Fernanda Sobral, vice-presidente da SBPC, lembrou o histórico do estudo e destacou o valor das CHSSALLA para a Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia. “A expectativa é que haja uma apropriação desses resultados pela sociedade científica no sentido de elaborarem suas estratégias e demandas e também pelo governo para subsidiar políticas para essas áreas”, pontuou.
Membro da Academia Brasileira de Ciências, Ruben Oliven, defendeu as ciências humanas como área essencial para entender como aplicar o conhecimento científico em benefício da população. “O conhecimento produzido pelas ciências humanas é fundamental porque sem ele outras ciências acabam não conseguindo funcionar. Não basta os cientistas descobrirem alguma coisa. Se isso não for entendido pela população que vai ser afetada, isso não vai funcionar”.
Acesse a publicação no site do CGEE: https://www.cgee.org.br/documents/10195/11009696/CGEE-2020-CHSSALLA.pdf