Pesquisador do Ibict explica importância da Ciência Aberta para a Inteligência Artificial

Em palestra com o tema Ciência Aberta e Inteligência Artificial, o pesquisador do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict/MCTI), Washington Segundo, explicou a importância da Ciência Aberta, o conceito de disponibilização de pesquisas científicas e dados de pesquisa em plataformas abertas, para o desenvolvimento da Inteligência Artificial.

O pesquisador iniciou descrevendo o papel do Ibict no apoio aos repositórios nacionais de trabalhos científicos. “A Ciência Aberta foi um movimento dos pesquisadores em compartilhar informações das próprias pesquisas por meio de repositórios e revistas. O conceito foi estendido para outras vertentes, como dados de pesquisas.  Hoje a gente tem poucos repositórios de dados no Brasil. A gente precisa criar essa infraestrutura”, disse.

Dentro dos conceitos de algoritmo e aprendizagem de máquina, o pesquisador comparou o processo de leitura e avaliação estatística de informações pelas máquinas, como o que os humanos fazem sem perceber.

“Por exemplo, os emojis. Como a gente consegue perceber se a carinha está triste, chorando, sorrindo? Isso acontece por conta de certos detalhes da face que indicam emoção. Se você, pela sua aprendizagem ao longo do tempo, consegue perceber a emoção por causa de determinados traços é porque fez uma análise sem perceber, pelas expressões faciais”.

Já a Inteligência Artificial pode ser usada nesse universo para separar, classificar e organizar as informações científicas produzidas pelos pesquisadores. Outro ponto é que, como os algoritmos precisam ser alimentados com informações para ler a realidade, os dados abertos podem acelerar o desenvolvimento dessa ferramenta.

“Os algoritmos de IA precisam de uma base de treino. Essa base, muitas vezes é paga. Aqui a gente está promovendo o acesso aberto a esse conjunto de dados. Se essa base é aberta, esse algoritmo vai ter um comportamento muito mais eficiente e, ao mesmo tempo, vamos estar acelerando o desenvolvimento da pesquisa científica”, explicou.

“A infraestrutura brasileira de repositórios de dados de pesquisa, publicações em acesso aberto não só depende do uso das ferramentas inteligentes, mas fortalece e promove o desenvolvimento da IA no país. Essa é a contribuição da ciência aberta”, concluiu.