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Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações - MNCTI
Observatório Nacional promove palestra sobre Astronomia e sua importância no cotidiano
Inserida no Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações, palestra promovida pelo Observatório Nacional – Unidade de Pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações – promoveu aos participantes na manhã dessa segunda-feira (5) a palestra “Astronomia: dos mistérios do Universo ao nosso dia-a-dia”.
Ministrada pelos pesquisadores do ON, professores Jorge Marcio Carvano e Simone Daflon abordaram os três eixos - Astronomia; mistérios do Universo; E dia-a-dia - com perspectivas diferentes e complementares entre si, ao mesmo tempo.
“Quem somos, onde estamos, de onde viemos, para onde vamos, são as grandes perguntas que englobam os mistérios do Universo; e o que são essas outras coisas ao nosso redor. Essas são os tipos de perguntas que são respondidas pela ciência básica”, explicou o professor Jorge Marcio.
Essencialmente a ciência básica tenta entender como o nosso Universo funciona, já o nosso dia-a-dia é repleto de pequenas tecnologias - telefone, internet, geladeira - todas essas coisas foram criadas por pessoas em algum momento e aperfeiçoadas ao longo do tempo. A ciência básica e a ciência aplicada estão diretamente ligadas e se complementam mutuamente.
De acordo com o professor Jorge Marcio, a ciência básica busca entender o funcionamento do Universo em todas as suas partes, inclusive, nós mesmos, e nos permite saber aonde estamos, aonde devemos ir e os lugares que devemos habitar. “A ciência aplicada é construir ferramentas e métodos que nos ajudem a lidar com a realidade que nos cerca e que nos ajudem a fazer mais coisas e a chegar mais longe, pode ser entendida como sinônimo de tecnologia já que a criação de todo esse grupo de tecnologias é o objetivo final da ciência aplicada”, disse o pesquisador.
Para ele, ciência básica leva a novas tecnologias e do outro lado, novas tecnologias são necessárias para fazer avançar a ciência básica. O que faz com que a ciência básica e a ciência aplicada se complementem, na medida em que “uma fornece as respostas e a outra ajuda em gerar perguntas”.
“Para que a ciência e a tecnologia sejam capazes de contribuir para o progresso de uma nação é preciso que haja um equilíbrio entre ciência básica e ciência aplicada, e que esses dois ramos estejam sempre se alimentando”, destacou o professor.
A Astronomia foi muito possivelmente a primeira ciência básica percebida pela humanidade e contam com excelentes exemplos na relação entre ambas.
José Marcio explicou que foi, principalmente do estudo dos movimentos dos astros – que permitiram aos antigos concluírem que a Terra é redonda – e mesmo obter uma medida bem razoável do seu tamanho séculos antes do nascimento de Cristo, que levou a uma das primeiras aplicações práticas da ciência – os calendários.
Durante a palestra da professora Simone Daflon, foi abordado o ambiente astronômico, inclusive como testes para algumas teorias. A Astronomia com forte atuação no setor de tecnologias, com novidades, inclusive, que contribuem de forma direta para o desenvolvimento dessa ciência.
Os estudos e pesquisas realizados pelo campo da Astronomia são determinantes para o bom funcionamento da dia-a-dia das pessoas. Com informações importantes, tais como aplicações no trânsito, nas marés, na engenharia civil, “são aplicações que estão presentes no nosso dia-a-dia e que muitas vezes a gente nem se dá conta”, disse. Inclusive são tecnologias que foram desenvolvidas pela demanda da Astronomia (algumas têm retorno mais imediato para a sociedade, algumas têm retorno mais a longo prazo e algumas podem até não ter).
A pesquisadora falou também do Anuário Astronômico, que é publicado pelo Observatório Nacional desde 1853, e que em 2009 passou a ser disponível também na versão online na página do ON. Um dos pontos que constam do Anuário são o sol e a posição dos planetas.
De acordo com a professora Simone, a ciência básica é o fundamento do conhecimento científico, ela permite a construção de novas áreas de pesquisas e é fundamental para a geração de recursos humanos. “A transmissão do conhecimento também faz parte do processo científico”, destacou ao dizer que “a ciência básica se sustenta por si só e é fundamental para o desenvolvimento tecnológico”.
“A ciência pode garantir a autonomia e a soberania de um país, e que esse país tenha também um papel de protagonista no desenvolvimento científico e internacional. E é isso que a gente quer para o nosso país, é claro”, finalizou Simone Daflon.