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MCTI inicia ensaios clínicos com a vacina BCG e inaugura laboratório de campanha na UFRJ
Foto: Neila Rocha - ASCOM/MCTI
Uma comitiva do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) liderada pelo ministro Marcos Pontes, esteve nessa segunda-feira (5) na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para duas ações importantes no enfrentamento à Covid-19. A primeira delas foi o início dos ensaios clínicos com a vacina BCG para a prevenção contra a Covid-19. Serão vacinados 1.000 profissionais da saúde, que terão acompanhamento para a coleta de dados da pesquisa. A iniciativa é da RedeVírus MCTI com investimentos de R$ 1 milhão em recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para a pesquisa, disponibilizados por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao MCTI. A outra iniciativa é a inauguração do laboratório de campanha na UFRJ. Ao todo, são 13 laboratórios que integram a ação por todo o país. Com o investimento de R$ 35 milhões do ministério por meio da RedeVírus MCTI na iniciativa Laboratórios de Campanha MCTI, o país poderá realizar 100 mil exames a mais por mês.
“Queremos comprovar cientificamente a hipótese de que a vacina ajuda na profilaxia da Covid-19. Nosso objetivo com toda essa mobilização do MCTI no combate ao coronavírus é salvar vidas”, destacou Marcos Pontes.
A coordenadora da pesquisa, professora de Tisiologia e Pneumologia do Instituto de Doenças do Tórax da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fernanda Mello, explica que os estudos buscam responder se a vacina ajuda, tanto na prevenção da infecção, quanto na ocorrência de formas graves de Covid-19. Fernanda ressalta que estudos epidemiológicos demostraram que alguns países que não tiveram a BCG no seu calendário vacinal apresentaram uma maior taxa de letalidade pela Covid-19. Segundo ela, a decisão de vacinar primeiro os profissionais de saúde se deve ao fato deles estarem na linha de frente do combate desta doença. “Temos uma grande expectativa de que em alguns meses poderemos comprovar cientificamente o potencial efeito protetor da BCG até que tenhamos uma vacina específica para a Covid-19 que possa ser oferecida a toda população”, afirmou.
A pesquisadora da RedeVírus MCTI e chefe do Laboratório de Investigação Pulmonar da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Patrícia Rocco, destacou a parceria do MCTI no enfrentamento à Covid-19. “Durante a pandemia o MCTI não só nos auxiliou a coordenar estudos clínicos como também a fazer diagnósticos que antes não eram realizados. Nossa meta é que possamos efetivamente reduzir a letalidade dessa doença e quiçá a qualidade de vida desses pacientes. Nós cientistas temos que trabalhar junto ao ministério e com o ministério com todo o apoio da RedeVírus MCTI na tentativa de resolver o problema dessa pandemia”, ressaltou.
A união de esforços para o combate ao coronavírus também foi destacada pelo presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), empresa pública do MCTI, Waldemar Barroso. “Mais do que a solução para essa pandemia a ciência tem nos trazido a união de esforços entre a Finep, o governo federal por meio do MCTI, centenas de pesquisadores. Saibam que estamos trabalhando diuturnamente para salvar vidas”, afirmou.
Presente no evento o secretário de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF) do MCTI, Marcelo Morales destacou o trabalho tanto da Finep quanto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência do MCTI. ” Tanto a Finep quanto o CNPq têm trabalhado de forma esplêndida durante a pandemia para aprovação em tempo recorde de todos os projetos de combate à Covid-19. Essa celeridade nos ajudou a termos respostas importantes”, ressaltou Morales que fez questão de agradecer ao apoio do parlamento brasileiro.
“Queria destacar também a importância do Congresso Nacional que têm feito uma interlocução muito importante para nos ajudar não só durante essa pandemia, mas também com outros problemas que tivemos a ciência à frente como, o derramamento de óleo, enfrentamento do Zika vírus e assim por diante. Neste momento estamos com descontigenciamento do FNDCT para ser votado na Câmara dos Deputados. Se for aprovado teremos um ganho enorme na ciência brasileira”, avaliou.
Representando os parlamentares no evento o Deputado Federal do (PP/RR) Hiran Gonçalves, parabenizou o trabalho do MCTI liderado pelo ministro Marcos Pontes e se colocou à disposição para ajudar no que for preciso no enfrentamento desta pandemia.
“Em nome do Congresso Nacional parabenizo o ministro Marcos Pontes pelo trabalho de condução da ciência brasileira à frente do MCTI. A gestão do nosso Astronauta se destaca pela grandiosidade e transversalidade do ministério nesta interlocução com outros setores da República. Acho que é porque o ministro se acostumou a ver o mundo lá do espaço, tem uma visão mais global. O MCTI pode contar conosco neste combate à pandemia do coronavírus que aflinge a todos nós”, declarou.
A reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professora Denise Pires de Carvalho, agradeceu a visita da comitiva do MCTI no centenário da instituição e reforçou a importância dos investimentos para a continuidade dos trabalhos de combate ao Covid-19. “É com muito orgulho que recebemos no mês de outubro onde comemoramos o Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações o ministro do MCTI, Marcos Pontes e de toda sua equipe. É simbólica a presença do ministro e consideramos um presente pelo centenário da nossa universidade. Gostaria de destacar o apoio de tivemos de diversos órgãos dos governos estadual e federal e ressaltar que sem investimento não teríamos feito o que fizemos até agora”.
Laboratório de Campanha
De acordo com o coordenador do laboratório de campanha da UFRJ, Amílcar Tanuri, a estrutura do laboratório, que foi totalmente reformado com capacidade NB-2 de biossegurança, tem a capacidade de realizar 300 testes moleculares, do tipo PCR, por dia. Embora seja focado em testes moleculares, o laboratório também pode realizar exames sorológicos e antigênicos. O coordenador também destaca outros fatores importantes da iniciativa. “É interessante nesta concepção de laboratório ligado à universidade que os testes se tornam parte da pesquisa, ” afirma. “Só se combatem epidemias com inteligência e é nos laboratórios das universidades que podemos transformar testes em dados, estatística e conhecimento”, ressaltou.
O secretário da SEPEF/MCTI Marcelo Morales explica que o objetivo dos laboratórios de campanha é reunir as expertise dos pesquisadores que sabem fazer os testes PCR para detecção do coronavírus. “A ideia foi colocar à disposição dos pesquisadores todos os equipamentos que foram comprados com as fundações de amparo à pesquisa dos estados, com a FINEP, CNPq e outras agências, num único laboratório para possam fazer testes em massa. Com os kits de testagem comprados pelo MCTI, com o apoio do Ministério da Saúde, nós temos a expectativa de ampliar o número de diagnósticos”, concluiu.