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MÊS NACIONAL DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÕES - MNCTI
CTI/MCTI prepara diagnóstico do estágio dos municípios brasileiros na transição para Cidades inteligentes
O Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI Renato Archer), unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) está finalizando um projeto em parceria com a também vinculada do MCTI, Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) um estudo que visa identificar o grau de maturidade de cada município brasileiro na transição para a transformação digital com um desenvolvimento sustentável, conceitos propostos nas chamadas, cidades inteligentes ou smart cities, em inglês. O CTI participa neste sábado (31) do Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) evento organizado pelo ministério para a promoção da ciência no país.
O pesquisador do CTI, Erico Przeybilovicz, que coordena o projeto de avaliação de maturidade para cidades inteligentes realizou uma apresentação virtual na manhã deste sábado e revelou detalhes da pesquisa. O Projeto Sistema de Avaliação de Cidades Inteligentes tem objetivo de desenvolver modelos de maturidade e indicadores contextualizados para a realidade atual das cidades brasileiras. O diagnóstico vai propor diretrizes e eixos de atuação para a elaboração da Política Nacional e das Políticas Municipais para Cidades Inteligentes Sustentáveis. A ideia é contribuir com os gestores públicos federais, estaduais e municipais auxiliando-os a identificar as condições atuais das cidades, as competências e necessidades para avançarem na direção de se tornarem cidades inteligentes sustentáveis em médio e longo prazo.
“O objetivo principal deste projeto não é ranquear quais são as melhores cidades, mas sim identificar os diferentes graus de maturidade que temos nas cidades brasileiras e a partir disso desenvolver políticas públicas mais adequadas para cada um desses contextos”, explica Przeybilovicz.
O MCTI coordena no momento os estudos, pesquisas e implementação de quatro câmaras nas áreas de indústria 4.0, saúde 4.0, agro 4.0 e cidades inteligentes. E é justamente um dos grupos de trabalho das cidades inteligentes que está coordenando este mapeamento das cidades brasileiras. “Queremos entender em qual fase elas estão para poder desenhar os caminhos possíveis para essas diferentes perspectivas e necessidades que cada cidade tem”, revela o coordenador da pesquisa. Recentemente lancou também uma cooperação para o Turismo 4.0, em parceria com o Ministério do Turismo.
Metodologia
Para a pesquisa foi utilizado o modelo de maturidade internacional chamado de Smart Sustainable City Maturity Model (SSC-MM) desenvolvido por um grupo de trabalho da União Internacional de Telecomunicações (ITU da sigla em inglês), instituição da ONU que tem por objetivo de estabelecer padrões de tecnologias para todos os países associados das Nações Unidas. O modelo possui cinco indicadores que são, planejamento, alinhamento, desenvolvimento, integração e otimização. O MCTI faz parte deste grupo de trabalho da ITU e decidiu trazer este modelo para o Brasil em 2019 para fazer uma avaliação do contexto brasileiro.
“Quando recebemos essa demanda do MCTI, começamos a estudar melhor o modelo para verificar como poderíamos adaptá-lo para as realidades brasileiras levando em consideração que temos uma diversidade muito grande de cidades, população, cultura”, relata Erico Przeybilovicz.
Além do tripé do desenvolvimento sustentável que leva em conta, questões econômicas, do meio ambiente e socioculturais, o modelo também recomenda que o diagnóstico das cidades leve em consideração, como desenvolver uma estratégia, qual a infraestrutura necessária, como tratar os dados que são coletados, quais serviços e aplicações podem ser oferecidos por meio de tecnologia, e fazer uma avaliação e acompanhamento tanto do plano, quanto das ações que são implementadas.
Desde janeiro deste ano a equipe do CTI responsável pelo projeto desenvolveu pesquisas, visitas técnicas em cidades, conversas com mais de 80 representantes municipais, realizou cinco seminários com reuniões e entrevistas com especialistas, sete reuniões e entrevistas com representantes do governo federal para entender qual a perspectiva federal em relação a essa questão de transformação digital, além de uma consulta dentro do Fórum de discussão da câmara das cidades 4.0 na qual receberam 16 contribuições para construir o modelo de maturidade e a seleção dos indicadores que devem ser parte da metodologia que vai avaliar as cidades e promover um diagnóstico mais adequado de acordo com as diferentes realidades.
Toda a parte da pesquisa foi finalizada e já existe uma proposta de modelo que está em implementação. Os resultados serão divulgados na plataforma que está em fase adiantada de desenvolvimento pela RNP. “No Modelo de Maturidade de Cidade Inteligente Sustentável Brasileira queremos que qualquer cidade possa ter um diagnóstico, por mais que ela não esteja tão desenvolvida nesta área de cidades inteligentes. E que essa avaliação possa dar algumas diretrizes e caminho que possa ser seguido para as cidades melhorarem em seus indicadores”, revela.
Assim que a plataforma estiver pronta todo o estudo será disponibilizado para agentes do governos federal, estadual, municipal, academia e toda a sociedade no geral.