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“Cooperação entre instituições de pesquisas e empresas gera produtos inovadores”, afirma diretor do LNCC/MCTI
O diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), unidade de pesquisa do MCTI, Augusto Gadelha, foi o entrevistado deste domingo (25) dentro da programação do Mês Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovações (MNCTI), disponível no canal do ministério no YouTube: www.youtube.com/ascommcti. O diretor falou sobre a importância de uma estrutura pública de super processamento para a ciência brasileira e os empreendimentos desenvolvidos pelo Santos Dumont, o supercomputador nacional.
De acordo com Gadelha, a capacidade avançada de processamento é importante para áreas como desenvolvimento de medicamentos, estudos climáticos, agricultura e astronomia. A ideia é que os cálculos e simulações permitem acelerar as pesquisas e garantem maior precisão nos resultados.
“Para produzir um fármaco, se você não tem um computador de alta capacidade, que possa fazer a simulação das várias possibilidades que você tem na proposta de um fármaco, você perde a rapidez e agilidade na implantação de novos remédios. Ele passa a ser mais caro, porque vai levar mais tempo, vai precisar de mais experimentos, e não vai ter a modelagem que normalmente a indústria tem acesso para competir no mercado internacional”, afirmou.
O supercomputador brasileiro, segundo Gadelha, tem uma capacidade equivalente a 120 mil desktops convencionais e já está abrigando projetos que utilizam aprendizado de máquina e inteligência artificial. “Dentro do LNCC nós temos várias atividades usando técnicas de inteligência artificial. Na biologia computacional nós temos a aplicação da IA na predição da estrutura de proteínas e design de anticorpos. Na área de óleo e gás, em que a gente precisa fazer a simulação de modelos para estruturas de exploração de petróleo, nós estamos usando várias dessas técnicas. Em bioinformática usamos com o desenvolvimento de novos polímeros para remédios”.
O diretor também descreveu as iniciativas do LNCC para sequenciamento do vírus da Covid-19, e defendeu que estruturas do laboratório e instituições de pesquisa devem ser vistas pelas empresas como parceiras para o desenvolvimento de inovação. “Empresas tem que ver que dentro de um laboratório como o LNCC, ou instituições de pesquisa, há um conhecimento científico, a capacidade de resolver um problema prático que eles tenham. Essa cooperação entre a instituição de pesquisa e a empresa normalmente dá produtos inovadores. Faz com que haja um retorno para a sociedade”.