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“Como superar as necessidades em tecnologias de baixo carbono do Brasil” é tema de webinário promovido pelo MCTI
Começou nesta segunda-feira (26) o Ciclo de Webinários Sobre Tecnologias Sustentáveis de Baixo Carbono, evento promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). O tema deste primeiro encontro foi “Como superar as necessidades em tecnologias de baixo carbono do Brasil”. O evento foi transmitido pelo canal do MCTI no Youtube. Participaram da mesa de abertura do evento o ministro do MCTI Marcos Pontes, o secretário de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF/MCTI), Marcelo Morales e o coordenador-geral de Ciência do Clima e Sustentabilidade (CGCL/MCTI), Márcio Rojas.
O ciclo é organizado pelo projeto “Avaliação das Necessidades Tecnológicas para Implementação de Planos de Ação Climática no Brasil (TNA_BRAZIL)”, coordenado pelo MCTI e que conta com financiamento do Green Climate Fund (GCF). O GCF é um mecanismo financeiro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) que se destina a canalizar financiamento climático para os países em desenvolvimento para apoiar atividades de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Marcos Pontes que além de ministro também é embaixador da ONU para Desenvolvimento Industrial destacou que a sustentabilidade é algo muito importante não só para ele, como para todo o planeta. “Aqui no MCTI desenvolvemos estudos e pesquisas com tecnologias para o desenvolvimento sustentável em diversas áreas como a bioeconomia, preservação ambiental, tratamento e poluição, tratamento de resíduos sólidos, energias renováveis dentre outras”, enumerou.
O secretário da SEPEF, Marcelo Morales, explicou que o objetivo do ciclo de webinários é trazer durante os debates, a direção nacional do projeto e especialistas convidados para difundir ações concretas no cronograma de adoção. “Queremos reunir pesquisadores para identificar os custos e as opções de financiamentos para incentivar a aplicação dos pacotes tecnológicos do TNA Brasil”, afirmou.
Para o coordenador geral da CGCL, Márcio Rojas a ciência e tecnologia podem contribuir efetivamente para os desafios postos pelas mudanças climáticas. Segundo ele o MCTI é o ponto focal no âmbito da convenção do clima para tratar dos mecanismos de tecnologia. “Não apenas tratamos das negociações internacionais, mas também somos responsáveis por avaliações de projetos e orientações que buscam captar recursos solicitando apoio no sentido de assistências técnicas e também temos a responsabilidade de elaborar o documento TNA Brasil. Um instrumento relevante para orientar os investimentos e também para sugerir políticas públicas do Brasil na questão de enfrentamento das mudanças climáticas”, revelou.
O coordenador técnico do Plano de Ação Tecnológica, Régis Rathmann explicou como foram as duas primeiras etapas do projeto que está sendo realizado há dois anos e meio. Na primeira etapa foi realizado uma avaliação das necessidades tecnológicas do país. Inicialmente foram identificadas 450 opções de tecnologias de baixo carbono. Dessas os pesquisadores identificaram quais que o país ainda apresenta desafios e necessidades tecnológicas. Com isso os pesquisadores chegaram num conjunto de 82 pacotes tecnológicos.
“Na segunda etapa procuramos priorizar, elaborar um ranking de tecnologias para identificar tecnologias que seriam mais urgentes ou que poderiam ser implementadas primeiro alcançando resultados mais rápidos. Mais do que tecnologia de baixo carbono, as tecnologias que foram priorizadas são tecnologias que promovem o desenvolvimento sustentável”, garantiu Rathmann.
As tecnologias identificadas foram: veículos elétricos a pilha combustível a etanol; veículos híbridos flex; indústria 4.0; materiais inovadores para cimento; solar fotovoltaica flutuante; fogões solares fotovoltaicos com indução; aproveitamento energético de resíduos agrícolas; monitoramento por satélite; silvicultura com plantios mistos para restauração; silvicultura com melhoramento genético de espécies nativas; agricultura de precisão; e melhoramento genético na pecuária bovina de corte.
Articulações
O coordenador da equipe responsável pelo estudo de tecnologias de baixo carbono do sistema enérgico do TNA Brasil, professor da UFRJ, Roberto Schaeffer fez questão de ressaltar que todas as tecnologias que foram mapeadas no documento possuem pesquisas de alto padrão sendo realizadas no Brasil. “Acredito que seja mais uma questão de reunir essas competências e colocar esses pesquisadores em contato. Fazer este meio de campo entre essas competências do que ter que recorrer a uma competência que não existe no país. O MCTI tem o papel importante de fazer essa articulação”, avaliou. Schaeffer destacou ainda que os pesquisadores tiveram um cuidado de mapear tecnologias onde o Brasil já está relativamente bem situado. “Por isso eu digo que este projeto tem tudo para ser bem-sucedido”, prevê.
Os próximos eventos do Ciclo programados até o mês de dezembro serão realizados sempre às quartas-feiras, com início às 14h e terão transmissão online para atores do governo, setor privado e agências nacionais de financiamento.
Próximos eventos:
11 de novembro – Diminuindo a pegada de carbono dos transportes no Brasil: desenvolvimento e aplicação de veículos elétricos a pilha combustível a etanol e veículos híbridos flex
18 de novembro – Transição para tecnologias 4.0: fomento a redes de agricultura de precisão e indústria 4.0
25 de novembro – Apoiando a iniciativa Regenera Brasil: recuperação de ecossistemas com o desenvolvimento de ações em silvicultura com plantios mistos e melhoramento genético de espécies nativas
02 de dezembro – Inovações para a construção civil e geração de energia elétrica limpa: materiais inovadores para cimento e aproveitamento solar fotovoltaico flutuante
09 de dezembro – Desenvolvimento de base tecnológica nos setores da agropecuária e florestas: melhoramento genético na pecuária bovina de corte e monitoramento por satélite
16 de dezembro – Tecnologias geradoras de emprego e renda no meio rural: aproveitamento energético de resíduos agrícolas e fogões solares
Confira os detalhes da programação aqui.