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MCTI e RedeClima debatem estratégias para ampliar acesso dos tomadores de decisão às informações científicas
Foto: Raul Vasconcelos
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) reuniu nesta quinta-feira (27), em Brasília, os pesquisadores da Rede CLIMA (Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais ) e representantes de diversas pastas ministeriais para apresentar as iniciativas que estão em curso na área de ciência climática e debater propostas para aprimorar a articulação interinstitucional com o objetivo de que a produção científica seja colocada à disposição e efetivamente utilizada pelos tomadores de decisão, em especial da esfera pública.
Participaram representantes do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMAMC), Casa Civil da Presidência da República, Ministério das Relações Exteriores (MRE), Ipea, Fiocruz, Cemaden, e os cientistas coordenadores das 17 subredes da RedeClima.
“A Rede Clima congrega a excelência das mudanças climáticas no Brasil. Fazer essa reunião aqui, na sede do Ministério, é uma demonstração de que a ciência das mudanças climáticas passa a ser uma ferramenta importante para os tomadores de decisão”, explicou o diretor para o Clima e Sustentabilidade do MCTI, Osvaldo Moraes. “Queremos estabelecer estratégias de maneira que o conhecimento científico possa ser disponibilizado para aquelas pessoas que usam a informação e também para os negociadores brasileiros nas agendas internacionais”, complementou.
A rede de pesquisas vinculada ao MCTI tem mais de 15 anos de existência e reúne cerca de 150 cientistas. Possui uma forte interlocução com as universidades, principais centros de produção científica no Brasil. É um instrumento institucional da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) e tem como finalidade impulsionar a geração de conhecimento e o avanço científico e tecnológico na área de mudança do clima.
O coordenador-geral de Clima e Sustentabilidade do MCTI, Márcio Rojas, atualizou as ferramentas do ministério e as recentes ações na área, como as plataformas AdaptaBrasil , Sirene e Sinapse , e os novos projetos, em especial a expectativa para o início da Quinta Comunicação Nacional do Brasil à Convenção do Clima e o trabalho para estruturar uma nova plataforma nacional que concentrará dados sobre mudanças climáticas. A execução de ambos conta com financiamento internacional por meio do Fundo Global de Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês).
Rojas enfatizou que os projetos se iniciarão no contexto da nova estrutura de transparência do Acordo de Paris, que exige mais agilidade na submissão dos relatórios, define prazo de dois anos e estabelece avaliação internacional. “Essas questões precisarão estar muito presentes quando começarmos o trabalho, à medida que vamos precisar lidar com esse novo arranjo de transparência fortalecido”, afirmou.
O coordenador científico da Rede CLIMA e vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Moacyr Araújo, apresentou o funcionamento e a estrutura do Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas (SIMAClim). Segundo Araújo, essa era uma demanda antiga da Rede Clima e chega em um momento ‘crucial’, devido ao volume de informações científicas que tem sido produzido no Brasil e no mundo. Os trabalhos do Centro deverão iniciar em julho. Está prevista a produção de 12 relatórios nos próximos quatro anos. O material consolidará informações científicas sobre sobre itens priorizados para o Brasil e, ao mesmo tempo, apresentará a melhor trajetória, do ponto de vista científico, para solucionar as questões.
“É necessário que tenhamos um estrutura que consiga priorizar alguns tópicos pela ciência brasileira e pelo Estado brasileiro de modo a subsidiar quais as principais possibilidades de desenvolvimento do País”
Araújo destacou que a Rede Clima está a serviço do Estado brasileiro e que, pela capilaridade que possui, tem contribuído com subsídios de base científica para políticas públicas mais assertivas relacionadas às mudanças climáticas.
Os participantes também acompanharam a apresentação sobre a plataforma AdaptaBrasil, a plataforma Cidacs, o Relatório Síntese do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e os desafios para o Brasil. Os participantes debateram propostas sobre a nova governança da Rede, o planejamento das ações e a interlocução entre os diferentes fóruns e instrumentos envolvendo a política climática, como o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, que deverá ser recriado.
“Temos que olhar a recriação desses fóruns com uma nova concepção, considerando as atividades e iniciativas existentes, como o Centro de Síntese”, observou Moraes.
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