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Workshop da OPAQ sobre a Convenção de Armas Químicas e Usos Pacíficos
A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), em colaboração com a Autoridade Nacional Brasileira para a Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas (CPAQ) e com apoio financeiro da União Europeia, organizou um programa de treinamento para jovens de 18 a 24 anos, oriundos de países com economias em desenvolvimento ou em transição, com o objetivo de inspirá-los a seguirem carreiras em química e na não proliferação de armas químicas.
O programa ocorreu de 8 a 11 de abril de 2024, no Rio de Janeiro, Brasil. Ele focou em diversos temas relacionados aos usos pacíficos da química, incluindo gestão de segurança e proteção química, química verde e ética na pesquisa química. Os participantes eram, em sua maioria, estudantes universitários matriculados em cursos relacionados à química, engenharia química e outras áreas científicas.
O programa incluiu palestras de especialistas que atuam em laboratórios nacionais, na academia e em organizações internacionais; exercícios de mesa e uma visita a uma planta petroquímica líder da indústria e ao Centro de Defesa Civil e Bombeiros do Rio de Janeiro. Durante as visitas, os participantes aprenderam sobre mitigação de riscos relacionados ao possível uso indevido de produtos químicos tóxicos e assistiram a uma demonstração prática de gestão de riscos químicos e preparação para resposta a incidentes. Autoridades do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, do Gabinete do Ministério das Relações Exteriores no Rio de Janeiro, bem como da Autoridade Nacional Brasileira para a implementação da CAQ, participaram do evento.
Os discursos principais foram proferidos pelo Sr. Luiz Shizuo Harayashiki, Gerente de Gestão Empresarial e Ambiental da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), e pelo Sr. Henrique Teixeira de Camargo, Chefe da Seção de Logística e Recursos do Grupo AMBIPAR, Brasil, destacando o papel da indústria e as responsabilidades éticas na gestão de produtos químicos.
O Presidente do Conselho Consultivo sobre Educação e Extensão da OPAQ apoiou as deliberações dos especialistas no evento, discutindo o papel da educação e extensão na prevenção da reemergência de armas químicas, além de compartilhar recursos educacionais e melhores práticas na promoção de uma química pacífica e responsável.
Um componente importante do programa de treinamento foi a exploração da interseção entre gênero e desarmamento químico. Este segmento apresentou pesquisas sobre a compreensão dos efeitos específicos de armas químicas de acordo com o gênero. Além disso, especialistas do Instituto Brasileiro de IDQBRN compartilharam experiências envolvendo jovens no diálogo sobre os usos pacíficos da química.
O evento contou com a participação de 14 participantes patrocinados da região GRULAC, incluindo Brasil, Chile, Cuba, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá e Paraguai, além de nove participantes globais que participaram online. Adicionalmente, 10 químicos e cientistas brasileiros participaram como observadores.
Como órgão responsável pela implementação da Convenção sobre Armas Químicas, a OPAQ, juntamente com seus 193 Estados Membros, supervisiona o esforço global para eliminar permanentemente as armas químicas. Desde a entrada em vigor da Convenção em 1997, este tratado tem sido o mais bem-sucedido em termos de desarmamento, eliminando uma classe inteira de armas de destruição em massa.
Em 2023, a OPAQ verificou que todos os estoques de armas químicas declarados pelos 193 Estados Partes da Convenção sobre Armas Químicas desde 1997 — totalizando 72.304 toneladas métricas de agentes químicos — foram destruídos de forma irreversível sob o rígido regime de verificação da OPAQ.
Por seus amplos esforços na eliminação de armas químicas, a OPAQ recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2013.