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EM SÃO PAULO
Evento sobre Open RAN é realizado pelo Ministério das Comunicações e Governo dos EUA
Foto: Shizuo Alves/MCom
Nesta terça-feira (3), o Ministério das Comunicações participou da abertura do Simpósio Regional Open RAN, evento organizado em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e embaixada e departamentos de Estado e Comércio dos Estados Unidos.
“Ao promover redes mais acessíveis e flexíveis, o Open RAN nos permite sonhar com escolas em áreas remotas conectadas a plataformas de ensino, hospitais que realizam consultas online e famílias inteiras que têm acesso a oportunidades que antes pareciam impossíveis. Essa tecnologia reduz custos, incentiva a inovação local e abre espaço para que pequenos provedores também possam participar da transformação digital do Brasil”, disse Sônia Faustino, secretária-executiva da pasta.
O Brasil é a quinta maior economia de internet do mundo, com mais de 177 milhões de usuários e o aumento da conectividade móvel permite que mais de 94% da população use a Internet. O crescimento é apoiado pelas autoridades reguladoras que desempenham um papel significativo na transição do Brasil para a rede 5G. O objetivo do simpósio é contribuir para o desenvolvimento da tecnologia Open RAN no Brasil, abrindo novas frentes de colaboração entre os envolvidos.
“Não podemos deixar de reconhecer o papel essencial de programas, como o OpenRANBrasil, e de instituições como o CPqD, que lideram os esforços em pesquisa e desenvolvimento. Esses avanços demonstram que estamos no caminho certo para um Brasil mais conectado e justo”, complementou.
No país, a adoção do Open RAN está ganhando impulso devido à necessidade de modernizar a infraestrutura de telecomunicações e melhorar a conectividade para levar inclusão digital a regiões mais remotas.
Open RAN (Open Radio Access Networks, em inglês) significa rede de acesso aberta. Diferente das redes tradicionais, ela permite a integração de componentes de diferentes fornecedores, proporcionando maior flexibilidade, eficiência, oportunidades para startups e a criação de novos modelos de negócios. O objetivo da tecnologia é criar um ecossistema amplo de parceiros para oferecer sistemas robustos e completos, desenvolvendo softwares especializados para cada função.
A tecnologia permite a implantação de redes 4G e 5G utilizando servidores facilmente encontrados no mercado. Ele executa um conjunto de componentes de software especializados, que podem ser integrados aos elementos de rádio instalados nas torres e antenas. Eles representam uma oportunidade para os prestadores de serviços inovarem e reduzirem seus custos. Isto não só incentiva a concorrência, mas também permite que empresas menores e operadores regionais entrem no mercado, melhorando os serviços para os consumidores.
“No Brasil, temos o desafio de fazer avançar as soluções que consigam ser aproveitadas pelos pequenos provedores nas nossas redes fixas. O Ministério das Comunicações está aberto a trazer para dentro do Brasil as diferentes possibilidades tecnológicas para fazer avançar a inclusão digital no nosso país”, afirmou Juliano Stanzani, diretor do Departamento de Política Setorial da pasta.
Ainda, o CPQD trabalha na tecnologia Open RAN desde 2018 por meio de projetos financiados por recursos públicos, como o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel). Com o setor de telecomunicações brasileiro passando por uma transformação, o Open RAN é visto como uma estratégia chave para as operadoras otimizarem seus investimentos e aumentarem a eficiência operacional.
O Open RAN incentiva a inovação, uma vez que várias empresas podem contribuir com soluções e melhorias, acelerando o desenvolvimento de tecnologias mais avançadas.
O governo dos EUA fez doação de 1,7 milhão de dólares em equipamentos de testes para o CPqD, reforçando o compromisso de cooperação dos EUA com o Brasil e com o desenvolvimento da tecnologia no país.