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MCom participa de debate sobre infraestruturas para adoção da tecnologia 5G
Para que ocorra a transformação digital prevista com a chegada do 5G, é preciso superar determinadas lacunas de infraestrutura de conectividade que o país ainda possui. Esse foi o tema do evento online “Teletime TEC Wireless”, que ocorreu nesta terça-feira (25) e foi mediado pelo jornalista e diretor do portal Teletime, Samuel Possebon.
Representando o Ministério das Comunicações (MCom), o secretário de Telecomunicações, Artur Coimbra, abordou os principais desafios em termos de legislação e logística para que a tecnologia seja implementada, como redes de transporte de fibra ótica e dificuldades regulatórias, acentuadas pela “burocracia desmesurada em diversos níveis”, segundo o secretário.
Coimbra destacou a importância da regulamentação da Lei Geral de Antenas, realizada pelo decreto publicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, no ano passado.
O objetivo do decreto é facilitar o processo de instalação de antenas de redes móveis no país, o que beneficia a infraestrutura do 5G, uma vez que essa tecnologia necessita da instalação de antenas em quantidade superior às gerações tecnológicas precedentes.
Também estiveram presentes no evento Abel Camargo, representante da American Tower, André Sarcinelli, da Claro e Gerson Freire, da Dell Technologies.
Soluções por meio do 5G
Os especialistas discutiram a possibilidade de resolução de alguns problemas de infraestrutura a partir da chegada do 5G. Uma dessas soluções, segundo o secretário de Telecomunicações, diz respeito à disponibilidade de suporte para domicílios localizados em edifícios e condomínios que impedem a instalação de cabeamento de rede.
“Há operadoras com dificuldades para instalação da infraestrutura de internet cabeada por deficiência da estrutura do edifício. Então a chegada do 5G ajudará a resolver esse tipo de problema”, explicou Coimbra.
Com as instalações previstas para a implementação da tecnologia, há ainda a expectativa de solucionar boa parte dos problemas de infraestrutura de conectividade, de acordo com o secretário: “Na área urbana, chegaremos muito perto de zerar esse problema de infraestrutura para o 5G e para o 4G, a partir do que já conhecemos dessa área”.
"Na área urbana, chegaremos muito perto de zerar esse problema de infraestrutura para o 5G e para o 4G", secretário de Telecomunicações, Artur Coimbra
Conectividade nas escolas
Em outro momento do debate, Coimbra abordou a inclusão da cobertura de internet para escolas públicas dentre as obrigações previstas no edital do leilão do 5G, como tem sido solicitado pela bancada da educação da Câmara dos Deputados e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que analisa o edital.
Na terça-feira da semana passada, o ministro do TCU e relator do edital do 5G, Raimundo Carreiro, manifestou que apresentará em seu voto e no acórdão a determinação de que seja incluída a cobertura de rede nas escolas públicas do país.
O secretário de Telecomunicações reconheceu a grande demanda do setor educacional para que as escolas tenham acesso à internet, além do compromisso de levar conectividade para todas elas até 2024, seguindo previsão da nova Lei do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust).
Coimbra informou que a utilização de recursos do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) para conectar as escolas públicas está sendo examinada pelo MCom. “Estamos avaliando esse assunto com a bancada da educação da Câmara e a Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] para analisar em que medida os recursos do PMGU poderão ser utilizados para atendimento das escolas”.
O PGMU passa por revisões a cada 5 anos e atualmente é previsto o atendimento de 1,4 mil cidades com fibra ótica, beneficiando 4,5 mil escolas.
Durante audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, realizada em 12 de maio, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, havia adiantado a possibilidade de alteração do PGMU para atender à demanda por conectividade nas escolas.
Previsões do leilão do 5G
A expectativa inicial é que o leilão das faixas de frequência do 5G seja realizado no segundo semestre deste ano. No entanto, caso ocorram as alterações sinalizadas pelo TCU, haverá um atraso de aproximadamente oito meses.
Até o momento, a previsão é de que até 2022 todas as capitais do país estejam assistidas pela rede 5G standalone, que é conhecida como “5G puro”. Esse modelo da tecnologia permite mais velocidade e baixa latência, o que viabiliza serviços como cirurgias à distância e veículos sem motorista, ou autônomos.
Texto: ASCOM/Ministério das Comunicações