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Do cinema para casa: tecnologia de som tridimensional aperfeiçoa experiência audiovisual no país
Já imaginou assistir a um jogo de futebol pela TV e ouvir só a torcida do seu time? Ou um show, que você perdeu, e ter a experiência de estar pertinho do palco? É essa a imersão e personalização do áudio que é possível vivenciar por meio da tecnologia de “som imersivo”, que adota os padrões técnicos E-AC-3, MPEG-H e AC-4. A tecnologia foi um dos destaques desta terça-feira (4) na Semana das Comunicações, realizada pelo Ministério das Comunicações (MCom).
O som imersivo condensa em um único aparelho (no soundbar, no celular, no computador ou na própria televisão) efeitos que só eram possíveis com o sistema 5.1 – aquele conjunto de cinco a seis caixas de áudio, conhecido como home theater, cujo objetivo é reproduzir o ambiente de cinema, com o som sendo percebido de várias direções.
“O home theater é complicado porque você precisa ter as caixas colocadas de forma bem precisa para criar o efeito: uma central, duas frontais, duas traseiras e mais um subwoofer”, observa o secretário de Radiodifusão do MCom, Maximiliano Martinhão.
Som mais envolvente
Atualmente é possível ter acesso ao som imersivo nos modelos mais novos de televisores, celulares, computadores e aparelhos de som. Também é necessário que o conteúdo assistido seja compatível com a tecnologia.
No Brasil, esse conteúdo compatível com o som imersivo é disponibilizado pela maioria das plataformas de streaming (que permite assistir vídeos ou ouvir música sem precisar baixar) e por algumas emissoras de TV aberta.
Segundo Martinhão, a expectativa é que durante as Olimpíadas de 2021, as transmissões sejam feitas com essa tecnologia: “Essa novidade será especialmente interessante para a audiência de televisão brasileira”, afirmou.
Com o som imersivo, o usuário pode selecionar, pelo controle remoto, as opções de configuração de sua preferência e assistir ao conteúdo de forma personalizada pela televisão.
O usuário pode dar mais destaque a uma trilha sonora de novela ou de filme, colocar a narração de um documentário mais próxima ao ouvido ou saindo pela frente do aparelho com a tecnologia, ou ainda transmitir para todas as direções do ambiente o áudio recebido no aparelho.
“Com a tecnologia de som imersivo, a gente consegue a experiência de sentir de onde o som está vindo, ouvi-lo de várias direções e não é mais necessário ter essas caixas espacialmente distribuídas. Hoje há televisores no mercado que já vêm com essa possibilidade e o som da própria TV te dá essa sensação imersiva”, explica Martinhão.
De acordo com Luiz Fausto, coordenador do Módulo Técnico do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), o som imersivo simplifica o ambiente audiovisual das casas brasileiras, possibilitando que o aparelho de áudio reproduza sons de maneira mais próxima da realidade.
“Essa tecnologia usa as reflexões do som na parede e no teto de casa, simulando o que seria feito pelas caixas de som que estariam posicionadas em cima e atrás do usuário”, detalha Fausto.
Personalizando o som
Os recursos do som imersivo oferecem o que há de melhor na experiência auditiva da televisão e vão além, promovendo também a inclusão. Isso porque nos modelos de televisão com o som imersivo, a audiodescrição, que é um recurso importante para pessoas com deficiência visual, pode ser direcionada, evitando a confusão de áudios.
“Quem tem deficiência visual, por exemplo, pode escolher colocar a áudio-descrição atrás de si para descrever a cena do filme, cujo som está vindo pela frente. Esse usuário vai entender melhor o que está sendo transmitido”, explica Otávio Caixeta, chefe de gabinete da Secretaria de Radiodifusão do MCom.
Plena disponibilidade no país
De acordo com Roberto Colletti, coordenador de Inovação da Secretaria de Radiodifusão (Serad) do MCom, “já existe plena disponibilidade de equipamentos com essa tecnologia de som imersivo no Brasil”. Ainda segundo o coordenador de Inovação da Serad, conforme os brasileiros vão trocando seus equipamentos eletrônicos por outros mais modernos, será possível ver cada vez mais casas com essa tecnologia.
“Essa migração tecnológica é um processo natural, pois se adaptar à evolução das tecnologias é um dos pilares do desenvolvimento de países democráticos”, avalia Colletti.
Texto: Ascom/Ministério das Comunicações