História e historiografia das tecnologias espaciais no Brasil
Resumo
Baseado na importância que as tecnologias espaciais/informacionais adquiriram no cotidiano cientificizado da sociedade contemporânea, tornando-se mesmo imprescindíveis a governança dos Estados nacionais, este trabalho, parte constitutiva de um projeto mais amplo, o História e Historiografia das Tecnologias Espaciais no Brasil: 1980/2022, tem a pretensão de investigar porque razão o Brasil, com tantos anos de investimento no setor espacial ainda encontra-se sem autonomia no referido setor. Para a realização deste projeto, a primeira parte será trabalhada neste subitem, ora apresentado: Tecnologias Espaciais no Brasil - descontinuidade e falta de autonomia - O estudo completo pretende abraçar um marco histórico amplo e constantemente renovado, incluindo os governos realizados no âmbito da História do Tempo Presente, os dois governos de Lula da Silva, Dilma Roussef e os anos subsequentes. Quanto a questão da citada autonomia, é uma análise que se remete aos anos subsequentes a consolidação da Nova República, onde os governos de José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso iniciaram um desmanche do sistema de C&T nacional, investindo pesadamente nas privatizações. A importância deste estudo - além de estimular pesquisas sobre a História das Ciências e da Tecnologia no Brasil, valorizando o período dos estudos neste campo que se fundamentem a partir de questões trazidas pela História do Tempo Presente, uma vez que o tema abrange políticas muito recentes que muitas vezes ainda estão em andamento - pauta-se na necessidade do país ter autonomia em dados de sensoriamento remoto a partir de um sistema nacional. Embora o Plano Nacional de Atividades Espaciais/2012-2021 programe lançamentos de VLS para os anos vindouros e o desenvolvimento das demais necessidades de um programa espacial, não temos autonomia para , monitorar nosso território. Os satélites desenvolvidos são úteis apenas para as observações mais básicas. Os lançamentos dependem de contrato com países que dominam a tecnologia de veículos lançadores. E já sabemos que os acordos de cooperação científica resolvem apenas uma parte do problema. A autonomia tecnopolítica tão desejada ainda não foi alcançada. Não existe suporte desejável à formulação de um projeto de desenvolvimento nacional que priorize C&T.
Documentos relacionados
Equipe
Ana Lúcia do Amaral Villas-Bôas (coordenadora)