Discurso, políticas e itinerários simbólicos do patrimônio cultural
Resumo
Este projeto busca refletir sobre os cenários culturais e acerca da interferência do imaginário, como dois eixos que presidem a construção do processo comunicacional e museológico, bem como a produção de bens patrimoniais. Neste sentido, parte-se da assunção de que a cultura, o patrimônio, em todas as suas formas, bem como as representações do e sobre o mundo, são instituidores ou promotores da identidade. Cultura e patrimônio são, portanto, construções históricas, sociais e discursivas, que se expressam a partir de sujeitos, lugares, interesses, estratégias e suportes diferenciados e, como tal, revelam-se como itinerários simbólicos que produzem relações de poder, saber, identidades, linguagens e práticas sociais. Ao considerar cultura e sociedade, em seu sentido ampliado, como um conjunto de equipamentos, ações, serviços, signos e condições gerais de existência que influenciam o modo de ser e a qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade, museu, patrimônio e cultura serão tomados como construções históricas, sociais e tecnológicas, simultaneamente simbólicas, ideológicas e filiadas a uma dada formação histórico-ideológica hegemônica.
As motivações deste projeto partem justamente dessa relação inextricável entre as diversas formas das práticas museológicas e patrimoniais e as suas discursividades. Trata-se de uma abordagem que traz para os estudos museológicos e patrimoniais, como campo de investigação acadêmica, uma perspectiva metodológica e analítico-interpretativa calcada não na inequivocidade e fidedignidade do documento/fonte, mas precisamente na sua equivocidade, sua opacidade, sua incompletude e na historicidade das práticas discursivas.
Uma vez que as práticas museológicas e patrimoniais não se dissociam de práticas discursivas, este projeto objetiva investigar as práticas discursivas que circulam no campo museológico e do patrimônio cultural, em suas diversas formas, entendendo-as como uma instância histórico-sociocultural multidimensional; investidas de valor simbólico, ideológico e imaginário; e, portanto, inscritas em uma história que, por sua vez, é atravessada por redes discursivas.
Equipe
Luiz C. Borges (coordenador); Alberto Mesquita (bolsista PIBIC – MAST)