Inaugurada exposição de 190 anos do Observatório Nacional
Uma das instituições científicas mais antigas do Brasil completou 190 anos e, nada melhor do que celebrar esta marca com uma exposição dedicada à sua rica e importante história. E o Museu Histórico Nacional foi o local escolhido para receber a mostra "Observatório Nacional - 190 anos: uma viagem no tempo e no espaço", inaugurada no último dia 23. Nela, são apresentadas os principais marcos ao longo da trajetória do ON, além de pesquisas realizadas em diversas áreas, como astronomia, geofísica e metrologia em frequência e tempo.
A exposição comemorativa é resultado da parceria entre o ON e o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), e contou com o apoio do Instituto Nacional de Tecnologia e do Museu Histórico Nacional. "Esta mostra é um modo de celebrar a parceria com o MAST e o ON, mas sobretudo, criar oportunidade para o público e os visitantes fazerem novas leituras do Brasil, a partir do céu", declarou Paulo Knauss, diretor do Museu Histórico Nacional.
Heloisa Domingues, diretora do MAST, Paulo Knauss, diretor do MHN e João dos Anjos, diretor do ON
Heloisa Maria Bertol Domingues, diretora do MAST, ressaltou a importância da astronomia para a nossa sociedade: "É uma ciência que tem várias facetas de interesse social, inclusive sendo uma ciência de comunicações, com papel de atuação na instalação dos telégrafos aos satélites, dos rádios aos radares, dos correios à telefonia", destacou na mesa de abertura. A diretora demonstrou satisfação por contribuir com alguns exemplares do acervo que o MAST possui, a exemplo do Marco Geográfico da latitude e longitude do Brasil, em relação ao Marco Zero (Greenwich). "É uma alegria poder comemorar os 190 anos da primeira instituição científica do Brasil independente. O MAST é filho dileto do ON e, além da coleção de instrumentos, preserva arquivos de inúmeros cientistas, dentre eles de representativos diretores do ON, como Luiz Cruls, Henrique Morize e Lélio Gama, importantes tanto para a história da ciência quanto para a do Brasil".
João Costa dos Anjos, diretor do Observatório Nacional, comentou sobre o pioneirismo da instituição, relembrando alguns feitos como a participação da demarcação das fronteiras do Brasil com a Bolívia, Distrito Federal, e da expedição a Sobral (CE), que comprovou a Teoria da Relatividade. Mas as conquistas do ON não pararam no tempo. Entusiasmado, o diretor revelou que o Observatório continua "bombando" em suas atividades, e citou descobertas recentes na área de astronomia, como a existência de um planeta fora do sistema solar (Exoplaneta), nomeado de Corot-32b. Além da descoberta de que asteróides também podem ter anéis como o planeta Saturno, realizada pelos pesquisadores do ON.
No encerramento, Heloisa Maria Bertol Domingues, lembrando a situação atual das ciências do país, destacou frase do economista Celso Furtado, que diz 'A sociedade é que produz cultura. O Estado não pode produzi-la, e nem substituir a sociedade nesta tarefa. mas ao Estado cabe o papel de animador, de difusor e promotor da democratização dos bens culturais'. A diretora do MAST finalizou, comentando que a exposição é uma forma de luta para manter viva a cultura científica.
A mostra Observatório Nacional - 190 anos: uma viagem no tempo e no espaço fica em cartaz no Museu Histórico Nacional até o dia 25 de Fevereiro de 2018, na Praça Marechal Âncora, S/Nº, Centro - RJ.