Astronomia para Visitantes: Astrofísica Extragaláctica
Ao longo dos anos, o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) vem oferecendo uma série de atividades que despertam no público o interesse por temáticas da Astronomia, a exemplo de palestras, oficinas e observação do céu pela Luneta 21. Para ampliar esta ação, a Coordenação de Educação em Ciências do MAST desenvolve, desde 2018, o Curso de Astronomia para Visitantes, uma de atividade solicitada pelo público mais assíduo do Museu e que costuma esgotar todas as vagas de inscrição. Como tornou-se necessária a adaptação à nova realidade em tempos de combate ao novo coronavírus, a iniciativa vai migrar do auditório do MAST para a internet, criando uma oportunidade para alcançar um número maior de pessoas além do Rio de Janeiro. O novo formato do curso, que é totalmente grátis, vai estrear no Canal do MAST no YouTube – acessível pelo link https://www.youtube.com/channel/UCeN8E-sECPS7EqXUF9HY6cg – no próximo dia 17, às 17h, com um tema que celebra os 100 anos do grande debate com que iniciou a compreensão da imensa complexidade do Universo: Astrofísica Extragaláctica.
Este módulo on-line será realizado ao longo das segundas, quartas e sextas-feiras até o dia 31 de julho. Para quem estiver interessado basta preencher o Formulário de Inscrição, que está disponível pelo link
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdvVPQrH91DOHcN35IH6iBJ5YIwpN6K7VHYktpbX8OO_75CMw/viewform. O Curso de Astronomia para Visitantes deseja trazer neste módulo os conceitos que permitem entender como se estimam distâncias no Universo, a estrutura das galáxias, os métodos com que são analisadas, os estudos sobre as maiores estruturas do Universo - os aglomerados de galáxias - e sobre as mais energéticas e exóticas fontes de radiação observadas, as galáxias de núcleo ativo (AGNs), que contém no seu interior os buracos negros mais poderosos existentes.
Sobre o tema
A Astrofísica Extragaláctica é o estudo das grandes estruturas do Universo, que começou a partir desses debates e que não para de trazer descobertas inquietantes. As primeiras duas décadas do século XX foram um tempo de revoluções científicas sem precedentes, em todos os campos, desde a Matemática até a Antropologia. Em Astronomia, a classificação espectral de miles de estrelas se converteu também na opção de trabalho das primeiras mulheres astrônomas profissionais. A construção de telescópios cada vez mais potentes permitia enxergar objetos cuja existência nem era suspeitada no fim do século XIX. Em 1918, o astrônomo Heber Curtis, observando a “nebulosa” M87, identificou uma estrutura em forma de jato que literalmente rachava esta nebulosa, algo nunca antes visto, cuja natureza apenas se podia lançar hipóteses sem muitos fundamentos.
Em 1920, Curtis e o astrônomo Harlow Shapley participam de um intenso debate sobre um tema que gerava discussões desde o fim do século XVIII: O tamanho real da Via Láctea. Estabelecer “os limites da Galáxia” era um tema acirrado, que implicava em definir se todos os objetos observados faziam parte desta estrutura ou se estavam ligados a outras “grandes nebulosas”. Os critérios para resolver esta discussão se transformaram em um dos episódios mais relevantes da ciência do século XX e se materializaram, poucos anos depois, na abertura de muitas janelas para observar o céu e para começar a entender o Universo como um ente em evolução e não como uma coisa estática.