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Enedina Alves Marques
Nascida em 1913, esta neta de escravizados foi a primeira mulher preta a tornar-se engenheira no Brasil. Nascida no Paraná, ela entrou para a Universidade numa época em que a maioria das faculdades nem sequer mantinham banheiros destinados às mulheres. A cultura da época impunha um lugar muito restrito e altamente invisível a elas: o casamento, a maternidade, os afazeres domésticos. Algumas mulheres conseguiam, com dificuldade, se tornar professoras. Para as mulheres pretas, a situação era ainda mais marginalizada e as oportunidades, áridas. A minoria conseguia, por exemplo, se alfabetizar na idade adequada.
Enedina Alves Marques enfrentou muitos desafios para estudar. Com uma biografia marcada por luta, persistência e determinação, desafiou padrões e revolucionou a engenharia no Brasil. Depois de formada, tornou-se responsável por uma obra até hoje considerada referência quando o assunto é geração de energia e água: foi dela o planejamento para a construção da Usina Hidrelétrica Capivari-Cachoeira, obra que ampliou a oferta de água e luz para a capital, Curitiba.
Enedina Alves Marques é a homenageada em vídeo pelo MAST neste Dia Internacional da Mulher – quando o museu também completa 40 anos de existência. A trajetória desta cientista vem sendo redescoberta após quase 80 anos de apagamento histórico, especialmente pela sua luta, superação e conquistas. Ela é uma inspiração para todas as crianças, pretas ou não, para que mergulhem no inesgotável universo da pesquisa científica e dos estudos.
Enedina Alves Marques morreu em agosto de 1981 aos 68 anos. Assista ao vídeo completo no nosso canal do Youtube: