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Corpo celeste a olho nu
Foto: Pexels/Reprodução
No próximo domingo, 15 de setembro, o brasileiro que acordar cedo poderá contemplar a passagem do cometa chamado oficialmente C/2023 A3, mas que passou a ser chamado "O Cometa do Século" por conta da expectativa de sua intensa luminosidade. A observação do seu brilho será mais perceptível se olhado antes do sol nascer e estará do lado leste do céu.
A astrônoma e bolsista do Programa de Capacitação Institucional do Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), Cristiane de Oliveira Costa, explicou que o cometa foi identificado em janeiro de 2023 e criou grande expectativa por conta da proximidade, visibilidade e luminosidade. Para observá-lo será necessário, além de acordar cedo e olhar na direção leste do céu. Alguns smartphones são dotados de bússola.
Cristiane explicou que os cometas são constituídos de gelo, gás congelado e poeira. São objetos pequenos e que se aproximam do sol atraídos pelo calor. A partir daí, o gelo derrete e se transforma em uma nuvem de gás e poeira. É este resíduo que vai promover o brilho e será visível a olho nu:
- É muito difícil antecipar se ele será muito ou pouco brilhante. Ele pode ser sim o cometa mais brilhante do século, mas só com a aproximação maior se poderá afirmar. - disse.
Cristiane alertou que embora já se possa observar o cometa no domingo, será na segunda semana de outubro que seu brilho terá maior intensidade.
Ela concedeu entrevista à Rádio Nacional, levada ao ar na quarta-feira (11), quando falou sobre a importância do cometa para a Astronomia:
- É importante porque, a partir desse estudo, podemos saber muito sobre a própria Terra, sua composição química e a quantidade de água do planeta. Entender a questão da água é fundamental para entendermos o surgimento da própria vida - afirmou.
Segundo ela, uma cooperação de astrônomos amadores irá auxiliar os leigos a identificarem a passagem do corpo celeste.
Ela lembrou que o último cometa visível que passou pela Terra, o Halle-Bopp, em 1997, pode ser observado por 18 meses.
- O brilho, chamado magnitude, se intensifica de acordo com o tamanho - quanto menor, mais visível. Halle Bopp tinha uma visibilidade tinha -2. A título de comparação, a estrela mais brilhante no céu, a Sirius A, -1,46. O que fez o cometa ter melhor visibilidade. Os estudos apontam que o "Cometa do Século" atingirá 2 de magnitude. E caso ocorra, ele se tornará, sim, o mais brilhante do século.