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Bolsistas PCI do MAST apresentam resumo de pesquisas e destacam sua relevância
Lorena dos Santos Silva, Lúcia Glicério Mendonça, Julliana Vilaça e Larissa Valiate. Bolsistas PCI.
A importância do Programa de Capacitação Institucional (PCI) para a Ciência e a Pesquisa no Brasil pode ser medida em números. São cerca de 700 estudantes bolsistas em todo o país imersos num universo inesgotável de produção científica e prospecção de novas e valiosas informações científicas e tecnológicas. Nos próximos dias 26, 27 e 28 de novembro, a importância do Programa para as Unidades de Pesquisa do MCTI poderá ser medida, tomando o MAST como exemplo. Afinal, nesses dias, os bolsistas PCI do museu apresentarão os resultados de sua atuação dentro dos projetos de pesquisa onde atuam. Tais projetos são coordenados por servidores das quatro áreas finalísticas da instituição, que são: Coordenação de Educação em Ciências (COEDU); Coordenação de Documentação e Arquivo (CODAR); Coordenação de Museologia (COMUS) e Coordenação da História da Ciência e Tecnologia (COCIT).
Assim, o IX Encontro dos Bolsistas, que ocorrerá no auditório do MAST e terá transmissão pelo Canal do MAST no Youtube, apresentará o resultado anual dos planos de trabalhos dos projetos de pesquisa em que os bolsistas atuam. O evento é uma etapa indispensável da avaliação das atividades de pesquisa mantidas com recursos públicos. Além disso, é também uma oportunidade de aprendizagem e socialização para bolsistas das diferentes coordenações. Vale ressaltar ainda que o encontro conta com a participação de avaliadores externos, pesquisadores e professores com atuações relevantes nos campos de atuação dos bolsistas. Essa avaliação é fundamental não apenas para mensurar o impacto das atividades desenvolvidas como para propor novos caminhos para os trabalhos e pesquisas desenvolvidos.
Bolsistas e projetos
Atuando no projeto de pesquisa intitulado “Popularização da Ciência e Tecnologia a partir de instrumentos científicos de valor histórico do acervo do MAST”, coordenado pelo tecnologista da COEDU, Douglas Falcão, a bolsista Julliana Vilaça diz que o trabalho ganha cada vez mais relevância, na medida em que a preservação de um acervo museal contempla com igual prioridade a preservação e a divulgação científica. Na linha do projeto, ela defende a criação de jogos com conteúdo histórico e científico para auxiliar na difusão do conteúdo didático, de qualidade, e de relevância científica entre estudantes. Uma preocupação fundamental em tempos de fake news.
Bolsista em outro projeto de pesquisa da COEDU, também coordenado pelo professor Douglas (“Nós no MAST: desenvolvimento de indicadores de níveis de integração entre o Museu e comunidade”), Larissa Valiate tem o foco de suas ações na divulgação e integração do MAST, e a população residente nos bairros de São Cristóvão, Benfica e Mangueira - que são vizinhos ao museu – buscando incrementar essa integração. A partir da pesquisa foram estabelecidos canais com importantes entidades do Bairro Imperial, como o Clube de Regatas Vasco da Gama, e ampliados os vínculos com escolas da rede pública. Uma das ações do projeto, nos lembra Julliana, é a mostra de trabalhos artísticos dos alunos da Escola Municipal Edmundo Bittencourt, cujas obras focaram em temáticas construídas conjuntamente com os professores, montada na Biblioteca Henrique Morize do museu, aberta ao público até o dia 14 de dezembro.
Lorena dos Santos Silva atua como bolsista no projeto de pesquisa “Institucionalização de Arquivos Pessoais: identificação, tratamento documental e acesso a novas fontes para a História da Ciência”, da Coordenação de Arquivo, em plano de trabalho coordenado pelo tecnologista José Benito Yárritu. Arquivista de formação, Lorena desenvolve atividades no processo de organização de arquivos pessoais de cientistas com atuação relevante na C&T brasileira, como é o caso do arquivo da matemática Maria Laura Mousinho Leite Lopes, referência em educação matemática no Brasil, cujo inventário da documentação está em vias de publicação pelo MAST.
- O PCI é um programa fundamental para que a ciência e a pesquisa brasileiras possam se desenvolver e consigamos disputar, em condições de igualdade, os avanços científicos e tecnológicos com os países mais desenvolvidos - disse Lorena.
- Conhecer o destino destas peças é importante para que conheçamos também a história destes povos nativos a partir da presença estrangeira. Além disso, poderemos descobrir de que maneira esta coleta ocorria - se por troca, doação ou mesmo apreensão, disse Elena.
Outra bolsista PCI a desbravar um mundo desconhecido da maioria da população é Lúcia Glicério Mendonça, que atua no projeto "Valorização do Patrimônio Científico e Tecnológico Brasileiro", coordenado pelo tecnologista do MAST, Marcus Granato. O plano de trabalho em que atua, iniciado em abril último, envolve os museus universitários do Brasil com acervos de ciência e tecnologia dentro da tabela de áreas do CNPq, em que o MAST preserva, pesquisa e divulga seus acervos.
Em poucos meses Lúcia identificou 97 com esse perfil. Dentre os rastreados, ela identifica um em especial, que estuda uma área das mais importantes da geologia, um campo fundamental na pauta de exportação do Brasil:
- O Museu de Espeleologia e Geologia do Pará, em Marabá, no sul do estado. O acervo trata do patrimônio geoespeleológico (cavernas) dos depósitos de ferro da Serra dos Carajás, rochas mineiras do sul e sudoeste do Pará.
Lúcia acrescenta que "os testemunhos são amostras de formação espeleológicas: formações rochosas originadas pela dissolução de minerais e sua recristalização em níveis inferiores, no teto, paredes e chão de cavernas".
A região Norte é uma das mais ricas no extrativismo mineral do país.
PCI e o fomento à produção científica
Criado em 1997 pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Programa de Capacitação Institucional (PCI) é considerado um importante meio de fomento à produção científica e a formação de novos pesquisadores no Brasil. Operacionalizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ele viabiliza a concessão de bolsas, de diferentes modalidades, destinadas à formação e capacitação de recursos humanos e agregação de especialistas. Os bolsistas contribuem para a execução de projetos de pesquisa e de desenvolvimento tecnológico nas Unidades de Pesquisa vinculadas ao MCTI.
O Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) aderiu ao programa ainda em 1997 e, desde então, conta com a participação destes pesquisadores para a execução de seus projetos nas áreas da Museologia e Patrimônio, Educação e Popularização da Ciência, História da Ciência e Tecnologia, e Documentação e Arquivo. Neste contexto, as atividades desempenhadas pelo corpo de bolsistas PCI do MAST são essenciais para a continuidade das práticas científicas, educativas e de preservação, que fazem da instituição um espaço de memória, produção e divulgação de conhecimento multidisciplinar.