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40 anos da regulamentação da profissão de museólogo
Tereza Scheiner, o diretor do MAST Marcio Rangel, Vera Mangas e Cícero Almeida
Em evento comemorativo dos 40 anos da regulamentação da profissão de museólogo realizado no Museu de Artes e Ciências Afins (MAST), representantes profissionais de diversas entidades se reuniram para falar sobre os avanços e conquistas amealhados no período. O evento, iniciado na manhã de terça-feira (21) e programado para dois dias, acontece no auditório do MAST, foi conduzido pelo diretor da instituição, Marcio Rangel.
O presidente do Conselho Federal de Museologia (COFEM), Marco Antonio Figueiredo Ballester Júnior destacou vitórias alcançadas pela categoria neste período, especialmente a respeitabilidade profissional, mas lamentou que os cerca de 3 mil museólogos em atividade no país, que atuam nos setores público e privado, representem um número muito aquém da demanda existente:
- Talvez não haja profissionais formados em quantidade suficiente para atender a esta demanda. São muitas as atividades que deveriam empregar profissionais e que ainda não o fazem - disse.
Márcio Rangel, lembrou que a atividade de formação em Museologia teve início há 92 anos no Brasil (no ano de 1932). Mas, apenas a partir do reconhecimento profissional em 1984, a Museologia passou a merecer a devida respeitabilidade: "achavam que éramos conservadores de museus".
Representante do Instituto Brasileiro de Museu (IBRAM), Vera Mangas rendeu homenagens aos profissionais que, nos anos 80, lutaram pela regulamentação e profissionalização da atividade, permitindo que o campo museal, hoje, esteja definitivamente consolidado no país.
Presidente do Conselho Internacional de Museus (ICOM), Diego Bevilaqua lembrou que uma prova da pujança da atividade fica perceptível quando é verificado que há cursos de Museologia em todas as regiões do Brasil - embora não estejam em todos os estados. Mas isso, resumiu, mostra o quanto a atividade é crescente e se revela necessária para a garantia da pesquisa e da preservação: "diversas categorias profissionais cabem em um espaço de museu. Mas apenas uma tem a capacidade e o conhecimento para sua preservação. E esta é a de museólogo", assegurou.
Doutora vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio da UNI-Rio, Helena Uzeda destacou a qualidade profissional e a formação dos integrantes da mesa e afirmou que as instituições dos cursos de mestrado, em 2006, e doutorado, em 2011, revelam o quanto a Museologia tem sabido crescer e se desenvolver no Brasil nestes 40 anos.
Para o diretor da Escola de Museologia do da UNI-Rio, Ivan Coelho de Sá, o curso de formação em Museologia necessita de uma reforma curricular. Houve um crescimento conceitual sobre o profissional e isso impõe uma correspondência curricular. Afinal," o museu", disse, " é o microcosmo do mundo e isso precisa de constante atualização dada a velocidade das mudanças", observou.
Presidente do COFEM, Marco Antonio Ballester fez uma homenagem especial aos museólogos do Rio Grande do Sul que não puderam comparecer por conta dos estragos causados pelas chuvas.
Segundo ele, a regulamentação da atividade ocorreu ainda na Ditadura, em 1984. A vitória da regulamentação, para ele, mostrou a força e a capacidade de organização dos museólogos:
- Hoje temos cursos em 15 dos 27 estados do país, sendo sete com mestrado e doutorado. E há margem para crescimento - garantiu.