Notícias
Augusto Ruschi: ambientalista teria completado 109 anos este mês
Ruschi publicou três livros sobre pássaros: Beija-flores do Espírito Santo; Beija-flores do Brasil I e II e uma outra obra considerada uma espécie de Bíblia sobre o tema: Aves do Brasil, volumes I e II. Nas sete décadas de devoção à causa, ele classificou 80% das espécies brasileiras de colibris, identificou duas novas e elaborou a descrição de outras cinco e onze subespécies.
Dentre tantas iniciativas como ambientalista e defensor da fauna e flora, Augusto Ruschi criou, em 1949, em Santa Teresa, no Espírito Santo, o Museu de Biologia Professor Mello Leitão. O lugar, de pesquisa e estudo, integra o Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), instituição atualmente subordinada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI)
Mas os anos de vida do ecologista não foram apenas flores e pássaros. No primeiro ano de vigência da ditadura militar, em 1965, lutou para impedir a concretização de um plano do governo do Espírito Santo, através do então governador Élcio Álvares, para vender a madeira de matas nativas e ocupar a terra com a monocultura de eucalipto. Conseguiu.
Mais adiante, outra briga hercúlea: se opôs e condenou publicamente os planos oficiais de ocupação da Floresta Amazônica para a prática do extrativismo mineral e vegetal. Ali, fez solitária defesa dos direitos dos povos indígenas que eram desrespeitados como verdadeiros donos da terra amazônica.
E as lutas se seguiram: em 1971, denunciou o desmatamento desenfreado da Amazônia e o desalojamento de 700 famílias indígenas num projeto de reflorestamento com eucaliptos.
Em agosto de 1975 Augusto Ruschi fundou o Museu Zoobotânico de Passo Fundo, santuário de proteção ambiental com um acervo de 25 mil espécies da fauna e flora . Com sua morte, em 1986, o Museu homenageou o ambientalista incorporando seu nome: Museu Zoobotânico Augusto Ruschi. Uma homenagem foi mais um gesto de reconhecimento a um homem que doou a vida pela preservação da natureza.