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CFE completa 90 anos
Mais de 11 mil documentos - o que totaliza cerca de 25 mil páginas - entre cartas, formulários, mapas, recortes de jornal, cadernetas de campo e fotografias fazem parte do acervo do Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas no Brasil (CFE). Um dos maiores e mais procurados acervos do MAST, ele destaca a fiscalização do governo brasileiro sobre expedições feitas por indivíduos nacionais e estrangeiros no território nacional entre 1933 e 1968. O arquivo faz parte ainda do programa Memória do Mundo da Unesco, projeto que destaca acervos arquivísticos de relevância mundial.
De acordo com o inventário, disponível na base Zenith: “Através do acervo do CFE podemos acompanhar diversas viagens, de pesquisadores de diferentes áreas e origens, a várias regiões do país, o que torna a leitura de seus dossiês algo fascinante, na medida em que abordam, em muitos dos casos, verdadeiras “aventuras”, principalmente as que tratam de expedições direcionadas ao interior (muitas vezes inóspito e desconhecido) do país. Tais documentos nos permitem, ainda, constatar a atuação das autoridades no sentido de coibir os abusos e dificultar a remessa de patrimônio material brasileiro para o exterior”.
Assim, após séculos de ocupação portuguesa, o território brasileiro ainda era uma rica fonte de conquista e exploração. Apesar de contemplar todas as regiões, os estudos de Antropologia e Etnografia concentravam-se nas regiões Norte e Centro-Oeste e nas ciências naturais, como biologia, botânica, geofísica, geografia e geologia.
A introdução, escrita pelo antropólogo Luiz de Castro Faria, também destaca a quantidade de documentos sobre filmagens e fotografias. “Equipes de fotógrafos documentam a flora e a fauna, os índios e os costumes populares. Os novos recursos visuais numa certa medida atenuam as antigas práticas colecionistas. Em vez de capturar ou colher, filma-se, fotografa-se. Sem dúvida, foi necessário vigiar e coibir as exportações de asas de borboleta, peles de onça, peixes tropicais, e outras ‘curiosidades brasileiras’. O Arquivo é rico; é heterogêneo sim, e desigual. No seu gênero, no entanto, é único e insubstituível”, conclui.
Para quem quiser saber mais desse passado recente da nossa história, é só acessar a base Zenith, a base de dados de História da Ciência do MAST. O conteúdo também está disponível em exposição virtual.